Os erros e acertos do Brasil no empate contra a Venezuela pelas Eliminatórias

  • Brasil consolidou quarteto ofensivo e meio-campo com Gerson e Bruno Guimarães
  • Transições defensivas seguem atrapalhando desempenho da Seleção
Dorival Júnior não conseguiu buscar três pontos contra a Venezuela
Dorival Júnior não conseguiu buscar três pontos contra a Venezuela / Edilzon Gamez/GettyImages
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Em duelo válido pela 11ª rodada das Eliminatórias, o Brasil desperdiçou a oportunidade de conseguir três vitórias consecutivas e buscou apenas um frustrante empate diante da Venezuela, no Estádio Monumental de Maturín. Apesar do resultado ter sido pior do que o desempenho apresentado, considerando principalmente a comparação com os jogos na Data Fifa de outubro, a Seleção poderia ter conquistado os três pontos fora de casa.

Consolidação de quarteto ofensivo é o principal acerto do Brasil

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Raphinha virou principal referência ofensiva na Seleção / FEDERICO PARRA/GettyImages

Dorival Júnior, enfim, conseguiu tornar o sistema ofensivo móvel com a estabilização de um quarteto ofensivo e as presenças de Bruno Guimarães e Gerson no meio-campo, tornando as fases de ataque mais verticais nas construções. Com isso, o Brasil parou de circular a bola diante de defesas muito bem montadas e passou a achar soluções rápidas nas roubadas de bola e saídas de jogo.

Outro aprimoramento notável na equipe de Dorival Júnior consiste na objetividade nas transições ofensivas, com muitas chances criadas por meio de contra-ataques. A principal delas consistiu na construção de Savinho para Vinícius Júnior acertar a trave e quase marcar ainda no primeiro tempo, muito bem controlado pela Seleção Brasileira.

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Savinho voltou a desempenhar bem pela Seleção Brasileira / FEDERICO PARRA/GettyImages

Por fim, vale destacar individualmente algumas atuações no primeiro tempo, com Vinícius Júnior e Raphinha sendo os melhores jogadores com chances criadas, além do meio-campo com Gerson conduzindo principalmente as linhas altas de marcação. O belo gol de falta marcado pelo jogador do Barcelona – o primeiro da Seleção Brasileira em Eliminatórias nos últimos 19 anos – confirma a excelente fase do versátil meia-atacante.

Estatísticas (1º tempo)

Venezuela

Brasil

Posse de bola

32%

68%

Finalizações (no alvo)

7 (3)

8 (2)

Passes (certos)

92 (65)

209 (169)

Desarmes

8

6

Transições defensivas deficitárias seguem atrapalhando a Seleção

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Segovia aproveitou espaço no "funil" para marcar o gol da Venezuela / FEDERICO PARRA/GettyImages

No entanto, a vantagem da Seleção Brasileira – que poderia ter sido maior antes do intervalo –, acabou ruindo em segundos na etapa complementar. A transição defensiva já estava dando sinais de desorganização no primeiro tempo, mas o erro fatal em permitir espaço para a finalização de Segovia na entrada da área permitiu a Venezuela buscar o gol de empate.

Apesar de recuperar a bola constantemente quando pressionava a saída adversária, houve falta de agressividade no movimento do perde-pressiona, pois os volantes não conseguiam se movimentar a tempo para retornarem até a primeira linha de marcação. A desconcentração permaneceu por alguns minutos após o gol sofrido, com uma presença insistente da Venezuela no campo ofensivo, mas a Seleção conseguiu se ajustar defensivamente para evitar novos erros graves.

Qualifier for the 2026 FIFA World Cup. Venezuela vs Brazil
Brasil não encontrou novas soluções no segundo tempo / Anadolu/GettyImages

O Brasil chegou a ter oportunidade de voltar à frente do placar em cobrança de pênalti, mas Vinícius Jr. desperdiçou e parou no goleiro Romo em chute muito ruim no lado direito. Diante deste cenário, Dorival acionou Luiz Henrique e Lucas Paquetá em busca de soluções e deixou a equipe mais ofensiva, mas a Seleção voltou a ficar limitada aos cruzamentos incessantes na área em busca de um gol salvador na bola parada. Ou seja, um cenário preocupante considerando a vantagem numérica que a Seleção teve com a expulsão do lateral venezuelano González.

Estatísticas* (2º tempo)

Venezuela

Brasil

Poss de bola

35

65

Finalizações (no alvo)

5

5

Passes (certos)

121

229

Desarmes

5

8

Cruzamentos

1/8 (13%)

3/14 (21%)

*Fonte: Sofascore


Número de gols sofridos nas Eliminatórias entre os classificados

Dorival Junior
Dorival necessita de ajustes no sistema defensivo do Brasil / Edilzon Gamez/GettyImages

A Seleção Brasileira evoluiu sob comando de Dorival Júnior desde a frustrante campanha na Copa América e o técnico necessita de maior respaldo do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, para manter o trabalho no próximo ano. Contudo, a média de quase um gol sofrido (0,9) nestas Eliminatórias é um dado que precisa ser muito analisado pela comissão técnica para encontrar soluções defensivas.

Gols sofridos

Jogos

1. Argentina

7

11

2. Colômbia

6

10

3. Brasil

10

11

4. Uruguai

6

10

5. Equador

4

11

6. Paraguai

5

11

O Brasil encerra a sua temporada de Data Fifa nesta terça-feira (19), a partir das 21h45 de Brasília, em clássico diante do Uruguai, na Arena Fonte Nova. Uma vitória com bom desempenho é vista como essencial para não despertar a irritação de uma das torcidas mais exigentes do futebol brasileiro.


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