Os erros e acertos do Brasil no empate contra a Venezuela pelas Eliminatórias
- Brasil consolidou quarteto ofensivo e meio-campo com Gerson e Bruno Guimarães
- Transições defensivas seguem atrapalhando desempenho da Seleção
Em duelo válido pela 11ª rodada das Eliminatórias, o Brasil desperdiçou a oportunidade de conseguir três vitórias consecutivas e buscou apenas um frustrante empate diante da Venezuela, no Estádio Monumental de Maturín. Apesar do resultado ter sido pior do que o desempenho apresentado, considerando principalmente a comparação com os jogos na Data Fifa de outubro, a Seleção poderia ter conquistado os três pontos fora de casa.
Consolidação de quarteto ofensivo é o principal acerto do Brasil
Dorival Júnior, enfim, conseguiu tornar o sistema ofensivo móvel com a estabilização de um quarteto ofensivo e as presenças de Bruno Guimarães e Gerson no meio-campo, tornando as fases de ataque mais verticais nas construções. Com isso, o Brasil parou de circular a bola diante de defesas muito bem montadas e passou a achar soluções rápidas nas roubadas de bola e saídas de jogo.
Outro aprimoramento notável na equipe de Dorival Júnior consiste na objetividade nas transições ofensivas, com muitas chances criadas por meio de contra-ataques. A principal delas consistiu na construção de Savinho para Vinícius Júnior acertar a trave e quase marcar ainda no primeiro tempo, muito bem controlado pela Seleção Brasileira.
Por fim, vale destacar individualmente algumas atuações no primeiro tempo, com Vinícius Júnior e Raphinha sendo os melhores jogadores com chances criadas, além do meio-campo com Gerson conduzindo principalmente as linhas altas de marcação. O belo gol de falta marcado pelo jogador do Barcelona – o primeiro da Seleção Brasileira em Eliminatórias nos últimos 19 anos – confirma a excelente fase do versátil meia-atacante.
Estatísticas (1º tempo) | Venezuela | Brasil |
---|---|---|
Posse de bola | 32% | 68% |
Finalizações (no alvo) | 7 (3) | 8 (2) |
Passes (certos) | 92 (65) | 209 (169) |
Desarmes | 8 | 6 |
Transições defensivas deficitárias seguem atrapalhando a Seleção
No entanto, a vantagem da Seleção Brasileira – que poderia ter sido maior antes do intervalo –, acabou ruindo em segundos na etapa complementar. A transição defensiva já estava dando sinais de desorganização no primeiro tempo, mas o erro fatal em permitir espaço para a finalização de Segovia na entrada da área permitiu a Venezuela buscar o gol de empate.
Apesar de recuperar a bola constantemente quando pressionava a saída adversária, houve falta de agressividade no movimento do perde-pressiona, pois os volantes não conseguiam se movimentar a tempo para retornarem até a primeira linha de marcação. A desconcentração permaneceu por alguns minutos após o gol sofrido, com uma presença insistente da Venezuela no campo ofensivo, mas a Seleção conseguiu se ajustar defensivamente para evitar novos erros graves.
O Brasil chegou a ter oportunidade de voltar à frente do placar em cobrança de pênalti, mas Vinícius Jr. desperdiçou e parou no goleiro Romo em chute muito ruim no lado direito. Diante deste cenário, Dorival acionou Luiz Henrique e Lucas Paquetá em busca de soluções e deixou a equipe mais ofensiva, mas a Seleção voltou a ficar limitada aos cruzamentos incessantes na área em busca de um gol salvador na bola parada. Ou seja, um cenário preocupante considerando a vantagem numérica que a Seleção teve com a expulsão do lateral venezuelano González.
Estatísticas* (2º tempo) | Venezuela | Brasil |
---|---|---|
Poss de bola | 35 | 65 |
Finalizações (no alvo) | 5 | 5 |
Passes (certos) | 121 | 229 |
Desarmes | 5 | 8 |
Cruzamentos | 1/8 (13%) | 3/14 (21%) |
*Fonte: Sofascore
Número de gols sofridos nas Eliminatórias entre os classificados
A Seleção Brasileira evoluiu sob comando de Dorival Júnior desde a frustrante campanha na Copa América e o técnico necessita de maior respaldo do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, para manter o trabalho no próximo ano. Contudo, a média de quase um gol sofrido (0,9) nestas Eliminatórias é um dado que precisa ser muito analisado pela comissão técnica para encontrar soluções defensivas.
Gols sofridos | Jogos | |
---|---|---|
1. Argentina | 7 | 11 |
2. Colômbia | 6 | 10 |
3. Brasil | 10 | 11 |
4. Uruguai | 6 | 10 |
5. Equador | 4 | 11 |
6. Paraguai | 5 | 11 |
O Brasil encerra a sua temporada de Data Fifa nesta terça-feira (19), a partir das 21h45 de Brasília, em clássico diante do Uruguai, na Arena Fonte Nova. Uma vitória com bom desempenho é vista como essencial para não despertar a irritação de uma das torcidas mais exigentes do futebol brasileiro.