Opinião: Atlético-MG expõe novas fragilidades emocionais no Botafogo antes de decisão
- Atlético-MG neutralizou Botafogo no jogo aéreo e muita organização defensiva
- Fogão demonstrou sinais de descontrole emocional em confusão pós-jogo
O duelo que marcou a prévia da grande final da Libertadores entre Botafogo e Atlético-MG terminou com um gosto amargo para o Glorioso na 34ª rodada do Brasileirão. O empate diante do Galo na Arena Independência reduziu a distância na liderança para apenas dois pontos contra o vice-líder Palmeiras, em uma noite que ficou marcada principalmente pelo comportamento de ambas equipes.
Enquanto o Alviverde voltou a demonstrar muita força mental e resiliência para arrancar uma inesperada virada diante do Bahia, a equipe de Artur Jorge voltou a esbarrar na falta de repertório ofensivo para superar sistemas defensivos bem organizados. Além disso, os empates anteriores contra Cuiabá e Criciúma permitem que o clube paulista volte ao topo da tabela de classificação antes da final continental, criando uma pressão desnecessária em cima de um elenco que parece estar sentindo o aspecto emocional na reta final da temporada.
Botafogo saiu “derrotado” em empate contra o Atlético-MG
O Galo tentou uma pressão alta nos minutos iniciais e ofereceu espaços para o rival construir suas fases de ataque com maior qualidade durante boa parte do primeiro tempo. Apesar de muitos jogadores titulares não estarem em campo por ambas equipes, tivemos um indício de que Gabriel Milito optará pelo preenchimento maior do meio-campo e foco nas transições ofensivas.
O Alvinegro de General Severiano estava encontrando espaços para desenvolvimento vertical antes da expulsão de Rubens, que recebeu dois cartões amarelos em um intervalo de dois minutos. Na etapa complementar, o líder teve liberdade para subir suas linhas e pressionar o adversário, chegando 80% de posse de bola.
Contudo, a falta de precisão voltou a ser um problema marcante, pois apenas três chutes foram no alvo diante de quase 30 finalizações. A equipe melhorou com as entradas de Igor Jesus e Matheus Martins, mas o esgotamento físico atrapalhou a busca pelo gol na reta final e o goleiro Everson praticamente não trabalhou.
O nervosismo demonstrado pelo Botafogo desde o início da partida deixa o alerta vermelho ligado. A expulsão de Alexander Barboza em uma discussão no fim do jogo, a confusão generalizada e a atitude de Luiz Henrique - também expulso após o apito final de acordo com a súmula da arbitragem - são sinais de que o elenco está incomodado com a falta de vitórias.
Estatísticas* | Atlético-MG | Botafogo |
---|---|---|
Posse de bola | 30% | 70% |
Expected goals (xG) | 0.09 | 2.11 |
Finalizações (no alvo) | 3 (0) | 27 (4) |
Passes (certos) | 236 | 530 |
Desarmes | 11 | 17 |
Faltas | 9 | 11 |
Cruzamentos | 2/5 (40%) | 13/49 (27%) |
Cartões amarelos | 7 | 2 |
Cartões vermelhos | 1 | 2 |
Dados: SofaScore
Palmeiras dispõe de maior resiliência para buscar o título brasileiro
A felicidade de Abel Ferreira na coletiva de imprensa pós-jogo mostra que o ambiente no Palestra Itália está tranquilo pois o atual bicampeão consegue transformar pressão em força mental. O Botafogo não pode permitir que a tensão em cima do clube provoque a mesma recaída do ano passado, fato que definitivamente voltou a ser um assunto pertinente.
Por fim, o campeão mineiro segue um jejum de oito partidas - três empates e cinco derrotas no período - e também possui problemas para resolver antes de ir para a Argentina.