Opinião: Caixinha e Quinteros decepcionam e deixam suas equipes em alerta no Brasileirão
- Santos fechou suas primeiras três rodadas na zona de rebaixamento com Pedro Caixinha
- Gustavo Quinteros sofre pressão externa desde a perda do título estadual

Em confrontos aguardados pela 3ª rodada do Brasileirão, Santos e o Grêmio foram coadjuvantes em boa parte nos enfrentamentos contra Fluminense e Flamengo, respectivamente. As derrotas do Peixe e do Imortal deixam ambas equipes em situação difícil neste início de campeonato, além do aumento das pressões que cercam os trabalhos de Pedro Caixinha e Gustavo Quinteros.
Apesar de ambos estarem correndo alto risco de demissão dependendo dos próximos resultados, uma análise mais aprofundada constata que Santos e Grêmio possuem realidades diferentes em seus trabalhos, com somente um deles apresentando capacidade de evolução em um processo de longo prazo.
Santos falhou na contratação de Pedro Caixinha com o atual elenco
Em meio à forte expectativa pelo retorno de Neymar após um mês afastado por lesão, o Santos não conseguiu apresentar um desempenho convincente na derrota por 1 a 0 contra o Fluminense, no Maracanã. O trabalho de Pedro Caixinha segue demonstrando limitações táticas consideráveis, mesmo que tenha optado pelas entradas de Leo Godoy, Diego Pituca e Thaciano entre os titulares.
O sistema defensivo demonstrou maior solidez contra jogadas de bolas aéreas, mas outros problemas graves marcaram a derrota santista. Os laterais sofreram muito com as descidas pelos lados, com Jhon Arias tendo constante liberdade para acelerar nas transições ofensivas. Além disso, o fato de Rollheiser ter sido deslocado para o meio do campo não trouxe efetividade na construção de jogadas por dentro.
Durante o segundo tempo, Neymar entrou causando impacto, trazendo mais intensidade na movimentação e a saída de Gabriel Bontempo no banco de reservas foi essencial para a contribuir na organização tática. Apesar disso, o Santos incomodou muito pouco o seu adversário, e a saída de Soteldo por nova lesão muscular deixou o Peixe muito dependente da individualidade de seu meia-atacante.
Em que pese a fase muito negativa de algumas referências como Tiquinho Soares e Guilherme, o técnico Pedro Caixinha não consegue manter os mesmos conceitos demonstrados do início do trabalho do Campeonato Paulista. Com a terceira pior campanha e dentro da zona de rebaixamento, o Peixe necessita interromper o trabalho rapidamente para apostar em um estilo de jogo mais simples e direto, buscando potencializar as individualidades do elenco.
Gustavo Quinteros possui condições de tornar Grêmio mais competitivo
Depois da enorme expectativa causada pelos resultados iniciais no Campeonato Gaúcho, o técnico Gustavo Quinteros está lidando com forte pressão de uma torcida cada vez menos presente na Arena devido à fase atual. Desde a perda do título estadual para o Inter, a paciência com o atual campeão argentino (no comando do Vélez Sarsfield) parece estar no limite.
O Imortal chegou a estrear com bom resultado no Brasileirão ao vencer o Atlético-MG graças principalmente por ótimas defesas de Tiago Volpi. Contudo, a equipe não conseguiu desempenhar bem em nenhuma partida da temporada nacional e da Copa Sul-Americana, além do sofrimento nas fases iniciais da Copa do Brasil com duas decisões por pênaltis.
Quando conquistou o título argentino, Quinteros optou pelo 4-2-3-1 com dois volantes centrais, uma linha de três meio-campistas ofensivos e um centroavante. O técnico tenta repetir no Grêmio a preferência pelo sistema tático que o levou ao Campeonato Argentino, mas ainda não conseguiu consolidar o seu trabalho em meio à forte pressão externa.
Vale destacar, entretanto, que todas as equipes que adotam o modelo de jogo posicional com saída organizada desde a defesa (utilizando laterais e volantes) necessitam de tempo de adaptação para a fixação de ideias. Por isso, o Grêmio necessita dar maior respaldo para um treinador que já mostrou capacidade de tornar equipes competitivas com elencos de nível médio.
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