Opinião: com resiliência e força, Botafogo tem vitória de campeão contra o Palmeiras
- Lado mental esteve ao lado do Alvinegro em noite decisiva pelo Brasileirão
- Botafogo parte para final da Libertadores oom 100% de confiança
O confronto mais decisivo da temporada 2024 do Brasileirão terminou com um roteiro considerado improvável para a grande maioria da opinião pública. Em pleno Allianz Parque, o Botafogo voltou a demonstrar resiliência e força nos momentos mais decisivos e conseguiu uma vitória fundamental por 3 a 1 diante do Palmeiras, encaminhando o título do campeonato nacional antes de sua primeira final de Libertadores.
Palmeiras tentou ser agressivo e incomodou até sofrer primeiro gol
Diferentemente dos últimos jogos em que enfrentou adversários com linhas baixas e muita utilização do antijogo como estratégia, o Botafogo lidou com um cenário mais favorável taticamente diante do Palmeiras. Embalado com a sequência de vitórias e a liderança, Abel Ferreira montou um sistema ofensivo com transições rápidas e conseguiu buscar espaços em uma pressão firme nos primeiros 15 minutos de partida.
Os comandados de Artur Jorge tinham como principal objetivo a aceleração após a recuperação da posse de bola, mas demonstraram muita ansiedade no início da partida e acabaram cedendo chances reais de gol para o adversário, principalmente no chute de Estêvão e na cabeçada de Felipe Anderson. No entanto, o gol marcado por Gregore em cobrança de escanteio muito bem ensaiada, aos 16', devolveu toda a confiança necessária para o elenco alvinegro.
Necessitando reverter a desvantagem no placar, o Palmeiras acabou se lançando ao ataque sem repertório ofensivo, concentrando todas as suas ações pelo lado direito, com Estêvão tentando dribles individuais em cima da marcação adversária. Contudo, o jovem talento acabou sendo neutralizado por Alex Telles e Alexander Barboza no primeiro tempo, enquanto Marçal correspondeu às expectativas na etapa complementar.
Além da aposta insistente no talento individual de Estêvão, o Palmeiras apresentou curiosamente o mesmo problema observado no Botafogo nos últimos jogos; o excesso nas tentativas de cruzamento na área, com a cabeçada de Marcos Rocha sendo o único lance de perigo gerado nesta situação.
Estatísticas (1º tempo) | Palmeiras | Botafogo |
---|---|---|
Posse de bola | 57% | 42% |
Finalizações (no alvo) | 11 (3) | 6 (4) |
Passes (certos) | 242 (204) | 191 (150) |
Cruzamentos | 4/16 (25%) | 0/4 (0%) |
Desarmes ganhos | 50% | 56% |
Recuperações de bola | 29 | 35 |
Botafogo controlou as ações no 2º tempo com equilíbrio e força mental
Flaco López foi acionado por Abel Ferreira no segundo tempo para tentar aprimorar qualidade nos cruzamentos na área, mas a saída de Felipe Anderson acabou impactando o funcionamento do meio-campo. Além disso, o Botafogo voltou mais organizado e concentrado no segundo tempo, utilizando-se inclusive da catimba para ganhar tempo quando possível.
A vitória alvinegra foi encaminhada a partir dos 25' da etapa complementar, quando o experiente Marcos Rocha teve um momento de desequilíbrio emocional ao dar um tapa no rosto de Igor Jesus, recebendo o merecido cartão vermelho após análise do VAR. Este momento foi marcante na partida, considerando que a maioria das análises pré-jogo apontavam problemas de ansiedade e concentração, todas direcionadas ao Alvinegro.
Logo na sequência, uma reposição inteligente de John para Igor Jesus aberto na ponta esquerda foi essencial para o atacante ajeitar e cruzar achando Savarino, que apenas chapou na saída do goleiro Weverton e marcou o segundo do Botafogo, aproveitando o espaço que surgiu após a expulsão do lateral. Abel Ferreira tentou responder com a entrada de Mayke no lugar de Raphael Veiga, mas o meio-campo alviverde foi completamente dominado na reta final. Sendo essencial na substituição do lesionado Bastos, Adryelson concluiu sua ótima atuação marcando o gol da vitória aos 40' da etapa complementar.
Considerando que Adryelson foi expulso no fatídico 4 a 3 do ano passado, nada mais simbólico que o zagueiro tenha sido o autor do gol que sacramentou a vitória do Botafogo. O Palmeiras ainda tentou demonstrar sinal de força nos acréscimos com Richard Rios acertando um chute de longa distância, validado pelo VAR, apesar da interferência do impedido Gustavo Gómez no campo de visão de John.
Estatísticas (2º tempo) | Palmeiras | Botafogo |
---|---|---|
Posse de bola | 52% | 48% |
Finalizações (no alvo) | 8 (2) | 7 (3) |
Passes (certos) | 145 (108) | 135 (101) |
Faltas | 7 | 6 |
Bolas longas | 9/27 (33%) | 7/21 (33%) |
Recuperações de bola | 18 | 22 |
Fonte: Sofascore
Resposta necessária antes de decisão da Libertadores
Com 73 pontos na tabela de classificação e a retomada da liderança, o Botafogo chega à penúltima rodada do Brasileirão com possibilidade de conquistar o título antecipadamente, caso vença o Internacional no Estádio Beira-Rio e o Palmeiras empate com o Cruzeiro. Outra possibilidade consiste em uma derrota alviverde no Mineirão, tornando suficiente o empate contra o Inter para o alvinegro confirmar sua grande conquista.
Após três empates frustrantes e uma perda de confiança generalizada no entorno, o técnico Artur Jorge confirmou suas palavras em atos e mostrou que o Botafogo nunca teve dúvidas do processo que está em andamento na atual temporada. Neste sábado (30), diante do Atlético-MG, este elenco poderá definitivamente entrar para a história na final da Libertadores, em Buenos Aires.