Opinião: Fluminense caminha a passos largos para merecido rebaixamento
- De campeão da América à candidatíssimo ao rebaixamento, Fluminense agoniza em 2024
- Erros graves de planejamento, lesões e desmobilização do elenco explicam ano trágico do clube
Por Nathália Almeida
Depois de fazer história (para o bem) em 2023 – erguendo, em sua casa, o título inédito da Copa Libertadores –, o Fluminense caminha a passos largos de encontro com um feito histórico negativo sem precedentes no futebol brasileiro: ser rebaixado no ano seguinte à conquista da América. São cinco rodadas consecutivas sem vitória na Série A, corrida negativa que recolocou o clube das Laranjeiras em situação calamitosa na tabela de classificação.
A imprevisibilidade que é característica do futebol não nos permite dizer, com todas as letras, que não há esperança para o Fluminense – a equipe, inclusive, encontra-se fora da zona de rebaixamento no momento em que esse artigo foi escrito. Contudo, podemos dizer sem medo de errar, que o clube carioca está fora do Z-4 por demérito de seus adversários diretos, e não por méritos próprios. O futebol apresentado pelo campeão da América em 2024 é digno de rebaixamento. Ponto.
Também podemos cravar, sem medo de errar, que não houve nenhuma outra equipe do Brasileirão que tenha se sabotado tanto quanto o Tricolor Carioca: foram seis pontos perdidos para o lanterna Atlético-GO, duas derrotas diante do Vitória, apenas um ponto somado contra o Juventude, e outros dois em empates contra o Criciúma. No campeonato dos "desesperados", o Fluminense tem um dos piores aproveitamentos totais – fruto de performances pobres em repertório e espírito de luta.
Entre erros graves de planejamento de seu omisso departamento de futebol – muito mal na montagem do elenco e nas duas janelas de transferências de 2024 –, desmobilização dos jogadores e falta de coragem de sua alta cúpula para tomar decisões difíceis a partir do que o campo mostrava desde o primeiro semestre, o Fluminense se despede de novembro sem uma vitória sequer e adentra dezembro com a "corda no pescoço": para não depender de uma combinação de resultados, precisa vencer dois jogos em três, tendo Athletico-PR (F), Cuiabá (C) e Palmeiras (F) como adversários.
Só com muita ajuda de João de Deus e do Sobrenatural de Almeida, já que dos seus campeões da América, o torcedor tricolor não espera mais nada de positivo em 2024.