Opinião: Futebol feminino iniciar 2025 sem calendário e transmissão é um absurdo
- Ednaldo Rodrigues pensa ainda em reunir clubes para discutir formatos
- Contrato de transmissão com o Grupo Globo ainda não foi renovado
A CBF iniciou o ano de 2025 dando aulas sobre como não fazer gestão de futebol em um dos países mais relevantes do cenário global do esporte mais popular do planeta, tanto no futebol masculino quanto no futebol feminino. O calendário masculino está completamente defasado devido à disputa do Mundial de Clubes em junho, com os torneios estaduais sendo iniciados na segunda semana do ano, antecipando o início do Brasileirão em junho com duração prevista até o dia 21 de dezembro.
Além disso, o calendário prevê que a disputa da Copa do Nordeste tenha boa parte de seu mata-mata sendo disputado em junho, impedindo que clubes nordestinos da Série A possam descansar durante o Mundial de Clubes, causando falta de isonomia no campeonato nacional. Contudo, apesar do calendário do futebol masculino causar reclamações de diversos clubes devido ao desgaste absurdo que os mesmos estarão submetidos, o cenário no futebol feminino está muito pior.
Futebol feminino inicia o ano sem calendário definido
Inacreditavelmente, a CBF simplesmente não divulgou nenhum esboço sobre o calendário do futebol feminino em 2025. Clubes gigantes do futebol brasileiro e projetos sérios que trabalham no fomento e maior popularidade estão tendo seus planejamentos comprometidos pela falta de capacidade de gestão da atual gerência da entidade, comandada por Ednaldo Rodrigues.
As últimas informações apontam que a CBF teria apenas um “rascunho' do calendário definido, mas optou por discutir formatos e calendário com os clubes apenas depois do recesso, que terá duração até o dia 13 de janeiro. A entidade estaria interessada em aumentar o número de participantes nas primeiras divisões do Brasileirão, realizando uma “seletiva” no início da temporada. Ou seja, é inacreditável que o país da Copa do Mundo Feminina 2027 tenha essa falta de organização considerável na organização de seus campeonatos.
Indisposição com Globo atrapalha negociação de direitos de TV
Além de iniciar a temporada sem calendário definido para os torneios nacionais, o futebol feminino também começou o ano sem transmissão estabelecida. O contrato de transmissão dos eventos como Brasileirão Feminino e Supercopa Feminina com o Grupo Globo foram expirados em 31 de dezembro de 2024, mas a CBF até o momento não renovou os direitos de transmissão.
A Globo gostaria obviamente de ter esta situação resolvida antes da virada do ano para negociar cotas comerciais de transmissão, sendo este um fator importantíssimo para o aumento da exposição e investimento do futebol feminino. Contudo, Ednaldo estaria incomodado com a cobertura da Globo sobre a candidatura de Ronaldo à presidência da CBF, sendo esta a prioridade máxima do atual comandante da entidade.
Sem citar valores, Ednaldo Rodrigues prometeu em setembro de 2024 que o Brasileirão Feminino teria investimento superior a R$ 25 milhões e afirmou que a CBF está “investindo mais” no futebol feminino. Aparentemente, o anúncio da candidatura de Ronaldo deixou o atual presidente desconcertado, a ponto de “esquecer” o planejamento do futebol feminino em 2025.