Opinião: o que o Atlético-MG precisa arrumar até a final da Libertadores?
- Atlético-MG foi dominado e neutralizado pelo Flamengo na Copa do Brasil
- Galo precisa melhorar aspectos táticos e mentais antes de enfrentar o Botafogo
O Atlético-MG desperdiçou a sua primeira oportunidade de título em novembro com a derrota pra o Flamengo nos dois jogos da Copa do Brasil. Após o Rubro-Negro construir vantagem confortável no Maracanã, a equipe comandada por Filipe Luís resistiu à pressão na Arena MRV e conseguiu vencer o Galo novamente, com Gonzalo Plata marcando o gol do título nos minutos finais em Belo Horizonte.
Apesar da alta qualidade do elenco e um trabalho sólido que possui duração desde o início da temporada das competições nacionais, o Atlético-MG foi dominado pelo Flamengo no confronto e demonstrou sinais de reação em momentos muito pontuais. A expectativa da torcida estava alta após o gol de Alan Kardec no Maracanã, mas o Galo foi incapaz de demonstrar consistência no jogo decisivo em Minas Gerais.
Gabriel Milito não trouxe elementos novos na escalação e a única mudança consistiu na entrada de Zaracho para ocupar a vaga de Rubens, buscando reforçar o meio-campo com Guilherme Arana no corredor. O técnico argentino poderia ter ousado mais e pensado na eliminatória contra o River Plate, quando abriu mão do 3-5-2 e atuou com três atacantes desde o início da partida.
O Galo precisava ocupar o campo ofensivo pela necessidade de reverter a desvantagem de dois gols, mas o funcionamento tático foi inoperante com exagero de cruzamentos na área, buscando o jogo aéreo diante de uma defesa muito bem postada. Hulk foi o melhor em campo individualmente, abrindo espaços para seus companheiros, mas esteve longe de apresentar um rendimento decisivo.
Os rubro-negros esperavam por oportunidades nos contra-ataques, alternando entre pressão média e alta para atrapalhar a saída de bola; quando o Galo passava do meio-campo, as linhas recuavam buscando proteger a área. A maior chance de gol do Flamengo foi a cabeçada de Arrascaeta aos 24', mas o Galo teve uma chance de ouro quando Paulinho recuperou a posse em falha de Rossi na saída da bola. Contudo, o chute saiu muito fraco e a oportunidade de ouro foi desperdiçada.
Gabriel Milito foi superado novamente por Filipe Luís no aspecto tático
Apenas na volta do intervalo tivemos modificações ofensivas no Atlético, com Lyanco e Otávio dando lugares para Saravia e Kardec. O Atlético conseguiu exercer uma pressão imediata, mas Filipe Luís também reagiu com a saída de Gabigol para Bruno Henrique pensando na velocidade as transições ofensivas, além da entrada de Fabrício Bruno para reforçar o sistema defensivo.
Após 15 minutos de pressão, a intensidade do Atlético-MG desmoronou e o Flamengo acumulou chances de gol aproveitando espaços que surgiram em lances de contra-ataque. Everson fez três grandes defesas e virou a única notícia positiva do Galo na derrota para o título, mas não conseguiu evitar o gol do título marcado por Gonzalo Plata, logo após Alan Kardec ter perdido um gol embaixo da trave.
Estatísticas* | Atlético-MG | Flamengo |
---|---|---|
Posse de bola | 67 | 33 |
Finalizações (no alvo) | 19 (6) | 18 (9) |
Finalizações na área | 6 | 11 |
Grandes chances de gol | 2 | 7 |
Faltas | 12 | 7 |
Passes (certos) | 443 (368) | 223 (145) |
Desarmes | 17 | 16 |
Cortes | 13 | 42 |
*Fonte: Sofascore
Atlético-MG deixou impressão negativa após primeira final de novembro
Gabriel Milito contará com Fausto Vera e Deyverson para a decisão da Conmebol Libertadores em 30 de novembro, duas referências do elenco que certamente auxiliarão contra o Botafogo. Contudo, o Atlético-MG precisará encontrar variações em seu repertório ofensivo e ajustar principalmente a organização das linhas nas transições para evitar a repetição do cenário na final continental.
Com seis pontos de distância em relação ao G-7 no Brasileirão, o Galo precisa entender que o incondicional apoio da torcida virou "obrigação” pelo título em novembro após a desmedida reação da torcida na Arena MRV após a incontestável derrota para o Flamengo.