Opinião: pedido de recuperação judicial é a melhor saída para o Vasco
- Clube entra com pedido de recuperação judicial para instituição e SAF
- A expectativa é restabelecer a saúde financeira
Por Aniele Lacerda

A dificuldade financeira do Vasco da Gama persiste há anos e não é segredo no cenário esportivo. O clube carioca teve uma pequena esperança com a venda da SAF para a 777 Partners. No entanto, a empresa americana não cumpriu com o contrato firmado entre as partes, saiu do comando do Gigante da Colina por ordem judicial e recentemente decretou falência. Além disso, segue brigando na justiça por fraudes cometidas nos Estados Unidos.
Desde que assumiu o comando da instituição, o presidente Pedrinho prega responsabilidade financeira e tenta dar ao clube um futuro mais tranquilo neste quesito. Para isso, o primeiro passo foi pedir recuperação judicial da instituição e da SAF. Em nota, o clube informou a torcida sobre a decisão e destacou que essa medida é fundamental para reforçar o comprometimento com o presente e próximos anos. No entanto, a escolha não é tão fácil e um dos riscos é a falência se o plano falhar.
O Club de Regatas Vasco da Gama (CRVG), reiterando seu compromisso com a transparência e o respeito a toda comunidade vascaína, informa que deu entrada no pedido de recuperação judicial da VascoSAF e do CRVG na 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ),… pic.twitter.com/Q7Q73h2i4A
— Vasco da Gama (@VascodaGama) February 25, 2025
Quais são os riscos da recuperação judicial para o Vasco?
O Vasco tenta ajustar as suas finanças e entrou com um pedido de recuperação judicial. O plano é importante para um futuro saudável no quesito financeiro, mas exige cuidados. Se não for bem planejado pode terminar em falência ou até mesmo perder credibilidade no mercado e sofrer algumas restrições envolvendo questões econômicas.
Sem investidor, o Vasco segue sem grande poderio aquisitivo. O clube ainda luta na justiça para se desvincular da 777 Partners e ficar livre para negociar as ações da SAF com outra empresa. Além disso, apesar dos riscos, a recuperação judicial também tem suas vantagens. Por exemplo equalização das dívidas, que são milionárias, atrair novos investidores e evitar bloqueios de suas contas.
Assim que retomou o controle do clube, em 2024, o presidente Pedrinho encontrou um cenário de "terra arrasada". Na ocasião, os cofres estavam zerados e a gestão descobriu contratos com cláusulas absurdas dos contratados pela empresa de investimentos sediada nos Estados Unidos. Além disso, vários atletas estavam com pagamentos de direitos de imagem atrasados. A 777 também deixou de quitar parcelas de aquisição de jogadores junto aos respectivos clubes e o Cruzmaltino estava perto de sofrer um transfer ban, ou seja, ficar um período sem poder registrar jogadores contratados.
Diante da situação, o mandatário iniciou o processo de restruturação e trabalha com paciência. A prioridade é manter os salários de funcionários, jogadores e contas operacionais em dia. O clube também age com cautela no mercado da bola e não vai ultrapassar o teto limite estipulado para contratações. Em paralelo, a gestão tenta aliviar a folha salarial negociando jogadores que estão fora dos planos, como o zagueiro argentino Manuel Capasso, e segue em busca de um comprador para a SAF.
Se executado com inteligência, o plano da recuperação judicial, diante do cenário atual, é a melhor saída para o Vasco da Gama. Com isso, o clube pode equilibrar as finanças com responsabilidade, buscar investidores e ter um futuro com boa saúde financeira.
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