Opinião: rompimento entre Grêmio e Renato precisava acontecer para o bem de todos
- Desafio para ambos é recomeçar sem a 'bengala' do outro
- Técnico já dava claros sinais de esgotamento em Porto Alegre
Por Fabio Utz
O fim da quarta passagem de Renato Portaluppi como técnico do Grêmio foi recheado de atritos com a imprensa, de explicações pouco convincentes, de poucas soluções dentro de campo e de sofrimento em função dos resultados que tardaram a vir para livrar o clube do rebaixamento. Talvez este pequeno resumo deixe claro a minha opinião: era hora de sair.
Muito embora se saiba que o presidente Alberto Guerra quisesse contar com o profissional para 2025, no fundo todo mundo tem a certeza de que esta separação foi boa para todos os lados. Renato, mesmo não explicitamente, deixava claro que estava de saco cheio do ambiente de Porto Alegre, da pressão, das cobranças que insistiam em cair sobre os seus ombros. E isso o transformou em alguém que ele nunca foi e nunca será.
As internas do Grêmio estavam saturadas, os vícios impediam, até mesmo, que o trabalho fosse realizado da forma mais correta possível. Por mais que este tipo de situação não combine com um vestiário profissional, o futebol tem dessas coisas, e o Grêmio, como estrutura, não se preparou, até mesmo, para deixar Renato exercendo, apenas, aquilo que ele sabe fazer com maestria, que é comandar um time e fazê-lo jogar como em anos anteriores.
O Grêmio precisa saber viver sem Renato. E Renato precisa saber viver sem o Grêmio. Lá no futuro, fatalmente os caminhos se cruzarão novamente. Mas, por agora, clube e treinador necessitavam de uma oxigenação. Aqui não importa se a decisão foi em comum acordo, se partiu do técnico ou se a própria direção tomaria uma atitude caso a posição do profissional fosse por seguir em Porto Alegre. É fato se que optou pelo melhor caminho, o que em nada abala a idolatria daquele que é a principal figura da equipe gaúcha em todos os tempos. Agora, vem o principal desafio: recomeçar. Resta saber se ambos saberão o que fazer.