Por que o Atlético de Madrid terá sua maior chance de superar o Real Madrid na Champions

O sorteio da Champions League realizado em fevereiro causou forte impacto na Espanha, colocando frente a frente os rivais Atlético de Madrid e Real Madrid em um clássico que promete fortes emoções nas oitavas de final. Ambos já se enfrentaram em uma oportunidade na atual temporada de LaLiga, mas a pressão nos bastidores por conta das escalas de arbitragem no futebol espanhol deixou os ânimos mais acirrados.

Por se tratar de um jogo com arbitragem estrangeira, as preocupações extracampo felizmente dão lugar para o confronto mais equilibrado dos últimos anos entre ambos. O Real obteve vários triunfos diante do rival, sendo os mais decisivos nas finais continentais de 2014 e 2016, mas Diego Simeone possui em mãos o elenco mais bem qualificado desde então, possibilitando uma eliminação contra o maior campeão da história da Liga dos Campeões. Antes do jogo de ida nesta terça-feira (4), o 90min destaca os principais pontos que estarão envolvidos neste confronto especial.

Os triunfos estratégicos na proteção defensiva

Atravessando seu melhor momento na temporada em termos de desempenho tático, o Atleti enfrentará provavelmente um rival utilizando uma formação semelhante quando ambos duelaram no primeiro turno do Campeonato Espanhol, apostando na solidez da defesa com bloco baixo. Simeone deve utilizar o 4-4-2 como formatação básica, tendo variação para 5-3-2, com uma linha de seis e outra linha de três em momentos de maior necessidade.

Com os laterais posicionados compactamente ao lado dos zagueiros, o clube colchonero protege um espaço importante que poderia ser explorado por Vinícius Jr e cia. Além disso, graças ao recuo dos pontas, os laterais ainda podem oferecer cobertura para as ameaças que o adversário pense em utilizar com os pontas abertos.

Através da movimentação de um ponta para fechar um ala que recebe a bola, os Rojiblancos se movimentam como um pêndulo, protegendo a linha defensiva para não permitir nenhuma lacuna, forçando o adversário a jogar para outro lado do campo. Em um duelo que terá Rodrygo e Vini do outro lado este é um fator essencial para a proteção do sistema defensivo.

Essa é uma estratégia que consiste em grande concentração física e mental em todos os jogos, mas Simeone desta vez possui um elenco muito bem qualificado que permite substituições sem prejudicar a qualidade da estratégia tática. Apesar disso, a equipe sofre naturalmente com o acúmulo de desgaste, traduzido pela queda de duelos vencidos nos jogos durante os segundos tempos.

Mbappé, a ameaça para contra-atacar o estilo de Simeone

Diversos jogadores no plantel podem causar estrago no adversário e um deles atende pelo nome de Kylian Mbappé. O artilheiro está cada vez mais consolidado na equipe de Carlo Ancelotti, adaptando-se totalmente às questões táticas exigidas pelo técnico extremamente campeão, consequentemente demonstrando maior habilidade técnica.

Nos jogos em que causou maior impacto, o camisa 9 foi produtivo contra blocos defensivos bem fechados, criando vantagem diante de situações desfavoráveis. Isso ocorre principalmente em jogadas de velocidade, ou quando consegue levar seus defensores em direção ao gol com uma marcação à distância.

Considerando este aspecto, será muito difícil que o Atlético consiga parar o francês e uma das opções é tentar tirar o maior espaço possível dele. Contudo, a equipe precisa ficar muito atenta às transições defensivas, defendendo o seu próprio meio-campo com jogadores de ponta como Simeone e Conor Gallagher atuando nas pontas.

Uma alternativa que pode render frutos positivos envolve Griezmann ou Julián Álvarez auxiliando no meio-campo sem causar desequilíbrio tático. Cabe relembrar que está equipe se sente confortável protegendo todas as áreas do campo com superioridade numérica contra o portador da posse de bola.

Samuel Lino no meio-campo? Uma questão para Simeone resolver

Precisamos refletir sobre como atacar o Real Madrid frente a um retrospecto negativo de somente três vitórias em 13 jogos fora de casa na Era Simeone.

Considerando que o duelo será no Santiago Bernabéu, espera-se que o argentino não escolha Samuel Lino no lugar de Gallagher pelo lado esquerdo. O brasileiro entrega muito mais fator ofensivo do que seu companheiro de equipe, mas não oferece o mesmo nível de desempenho na marcação, com um número menor de duelos vencidos.

Optando principalmente pelo lado direito nas construções com toques curtos e muitas tentativas de bolas levantadas, o time certamente apostará nas transições ofensivas em velocidade, buscando aproveitar-se de um erro técnico do Real pelo desgaste físico.

Por fim, vale destacar que o Real Madrid possui apenas uma vitória nos últimos cinco jogos de LaLiga e enfrenta problemas significativos na lateral-direita. Sem os lesionados Carvajal nem Milião, tem improvisado Valverde no setor, mas o uruguaio acusou desgaste físico e há dificuldade para encontrar reposição confiável para ocupar a vaga caso haja necessidade.

Os problemas do Real Madrid

As possibilidades são Lucas Vázquez (ponta) e Asencio (zagueiro), com o técnico já indicando que não gostaria que ver ambos desempenho a função de lateral. O jovem foi testado contra a Real Sociedad, mas um cartão amarelo no primeiro tempo e com problemas de adaptação, foi substituído pelo compatriota no intervalo.

Outro problema considerável é no meio-campo após a lesão de Dani Ceballos, deixando somente Eduardo Camavinga e Luka Modric como possíveis substitutos. Carleto deve lidar com lesões importantes e a indisponibilidade de jogadores-chave para o sucesso do funcionamento tático pode complicar a vida dos mandantes no clássico desta semana.

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