23 dias para a Copa: em 1982, 23 mil pessoas acompanharam in loco a maior goleada da história dos Mundiais

Arte: Eduardo Fricks
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Quem imagina que o inesquecível 7 a 1 de Brasil e Alemanha é a maior goleada da história das Copas do Mundo está redondamente enganado. Nenhuma vitória foi tão expressiva quanto o incrível 10 a 1 anotado pela Hungria sobre a seleção de El Salvador, em 1982. E o pior de tudo: tratava-se da primeira rodada da fase de grupos. Impossível se recuperar depois disso, certo?

Mas, antes de chegar ao placar, vamos voltar um pouco. De fato, pela pouca tradição no principal torneio do futebol de seleções, ninguém espera muito do time de El Salvador. A equipe havia participado da competição apenas uma vez: em 1970, no México. Ainda assim, ninguém seria capaz de prever um revés tão acachapante.

No Nuevo Estadio - atualmente conhecido como Manuel Martínez Valero -, em Elche, na Espanha, 23 mil pessoas testemunharam o apito inicial de uma partida que não parecia reservar grandes emoções. Nos primeiros 45 minutos, "apenas" três gols: Nyilasi, Pölöskei e Fazekas marcaram para colocar a Hungria em vantagem.

Ironicamente ou não, o maior carrasco de El Salvador sequer estava presente no XI inicial. László Kiss saiu do banco para tornar-se o único reserva na história das Copas a marcar um hat-trick. No espaço de sete minutos, o húngaro anotou três gols. Nyilasi, Fazekas, Tóth e Szentes completaram o quase inacreditável placar no segundo tempo. Ramírez, no melhor estilo Oscar, descontou.

Estava sacramentada a maior goleada dos Mundiais: 10 a 1. Nos dois embates restantes da fase de grupos, mais duas derrotas: 1 a 0 para a Bélgica e 2 a 0 para a Argentina. Lanterna do Grupo C, a seleção salvadorenha se despediu da Copa sem anotar um gol sequer. Desde então, o time nacional não voltou a se classificar.