3 fatores que ajudam a explicar as eliminações de Corinthians e Ferroviária na Libertadores Feminina
Por Nathália Almeida
Sempre cotados como favoritos a cada nova edição de Libertadores Feminina, os clubes brasileiros estão fazendo feio no torneio continental neste ano de 2022: atual campeão brasileiro e maior vencedor da Liberta com três taças, o Corinthians foi eliminado em sua estreia no mata-mata, sendo derrotado por 2 a 1 pelo ascendente Boca Juniors. Por esse mesmo placar, as bicampeãs da América da Ferroviária perderam para o Deportivo Cali, dando adeus à competição ainda nas quartas de final.
Como explicar a queda precoce destas duas equipes que, juntas, somam cinco títulos continentais e têm status de grandes potências do futebol feminino sul-americano? A seguir, elencamos 3 fatores que ajudam a explicar o surpreendente desfecho de Libertadores para Timão e Locomotiva:
3. Calendário concentrado/pouco espalhado
Por longos anos, uma das principais reivindicações envolvendo o futebol feminino brasileiro foi a falta de um calendário de competições preenchido e organizado. Isso foi solucionado em partes, mas um problema foi criado, especialmente para os times paulistas: há uma concentração de torneios importantes na reta final do ano - fase final do Brasileiro, Libertadores e início do Estadual -, o que explica o fato de algumas equipes do nosso país não chegarem tão bem fisicamente no torneio continental.
2. Planejamento equivocado
Este item dialoga diretamente com o primeiro ponto: se o calendário no modelo que existe hoje não é desenhado de forma favorável aos clubes brasileiros, eles precisam desenvolver, temporada após temporada, um planejamento cada vez mais direcionado para a disputa do torneio que tem como principal característica a rápida duração. Resolvida em apenas duas semanas, a Libertadores Feminina tem alta demanda física, e por isso, é fundamental que os representantes verde e amarelos estejam cada vez mais preparados neste aspecto do jogo.
1. Emparelhamento de forças no futebol feminino sul-americano
Por fim, o fator mais importante e decisivo para as eliminações de Corinthians e Ferroviária: ainda que o Brasil siga sendo o mercado mais tradicional e poderoso financeiramente no futebol feminino do nosso continente, existem outros clubes sul-americanos fazendo trabalhos sérios e investindo cada vez mais na modalidade. Chile, Argentina e especialmente Colômbia têm melhorado suas ligas locais, fenômeno alavancado pelo maior investimento das equipes no esporte.