43 dias para a Copa do Mundo: a história dos 43% de aproveitamento do Equador em Mundiais
Por Antonio Mota
O Equador vai participar da Copa do Mundo pela quarta vez no Catar. Até aqui, La Tri esteve em campo apenas nos Mundiais da Coreia do Sul e do Japão, em 2002, da Alemanha, em 2006, e do Brasil, em 2014, e em nenhum conseguiu seguir os passos dos coirmãos Argentina, Brasil e Uruguai, que já colocaram a América do Sul no topo do esporte – e em mais de uma oportunidade.
Aliás, os números do Equador em Copas são realmente 'tímidos'. Nas três edições do Mundial que disputou, La Tricolor disputou 10 jogos e teve aproveitamento modesto de 43%, ou melhor, somou quatro vitórias, um empate e cinco derrotas. Sua melhor participação foi há 16 anos, quando voou alto na Alemanha e só caiu nas oitavas de final.
Em sua estreia em Copas do Mundo, ainda no início dos anos 2000, a seleção equatoriana participou do Grupo G e não passou sequer da chamada primeira fase. Mais, perdeu dois dos três jogos: contra Itália (2 a 0) e México (2 a 1). Surpreendentemente, venceu a Croácia pelo placar mínimo: 1 a 0. Os números da campanha: marcou dois gols e sofreu quatro.
Quatro anos depois, em 2006, La Tri integrou o Grupo A e conseguiu pela primeira e única vez passar da fase de grupos da Copa. A equipe tomou uma porrada da Alemanha (3 a 0), mas venceu os outros dois jogos: contra Polônia (2 a 0) e Costa Rica (3 a 0). Com seis pontos, ficou na vice-liderança da chave e avançou ao mata-mata, onde acabou caindo para a Inglaterra ao perder por 1 a 0.
Nessa histórica caminhada pelo solo bávaro, o representante da América do Sul tomou quatro gols (três na primeira fase e um no mata-mata) e marcou cinco. Caiu “cedo”, mas fez história.
O tempo passou voando e, sem reação, o Equador ficou anos longe da principal competição de seleções do planeta. Ausente na África do Sul (2010), voltou à Copa apenas em 2014, quando disputou o Mundial do Brasil e ficou "devendo" no Grupo E. Até venceu Honduras (2 a 1), mas perdeu para a Suíça (2 a 1) e empatou com a França (0 a 0) e não se classificou.
Assim, logo na casa do irmão sul-americano, La Tri teve o seu segundo pior desempenho em Copas. Curiosamente, repetiu os números de gols marcados e sofridos da sua estreia, em 2002: foi às redes duas vezes e levou quatro tentos.
Desta forma, no geral, o Equador acumula os seguintes números em Copas do Mundo: 10 jogos, com quatro vitórias, um empate e cinco derrotas – 43.33% de aproveitamento. La Tri marcou nove gols e sofreu 12. É válido destacar, de todo modo, a crescente do país nos Mundiais, notando que o time estreou e participou de três das cinco edições da Copa disputadas até agora no século XXI.
A polêmica e o caso Byron Castillo
Apesar da queda de produção na reta final, o Equador foi bem nas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo do Catar. Em sua campanha, conseguiu sete vitórias, cinco empates e seis derrotas em 18 jogos – teve 48% de aproveitamento. A equipe ficou com a quarta colocação, com 26 pontos, atrás apenas do líder Brasil e de Argentina e Uruguai, respectivamente.
Dentro do G-4, La Tri conseguiu vaga para o seu quarto Mundial. A felicidade pela classificação, porém, não durou muito, virou drama e até hoje ainda gera reboliços no país. Tudo isso por conta da “novela Byron Castillo”. Vamos aos fatos.
Há poucos meses, no início de maio deste ano, o Chile acionou a Fifa alegando que o Equador teria utilizado o lateral-direito Byron Castillo de maneira irregular nas Eliminatórias. Conforme a acusação da Roja, o defensor não nasceu no Equador em 1998, mas, sim, na Colômbia e em 1995. A equipe defende que La Tri perca os pontos dos jogos em que o defensor atuou.
Ao todo, Castillo disputou oito partidas das Eliminatórias. Se o Equador for penalizado e perder os pontos, o Chile sairia ganhando e herdaria a vaga no Mundial, já que saltaria da sétima para a quarta
colocação. Até aqui, porém, La Roja conseguiu apenas negativas: uma da Fifa e outra do Comitê de Apelações da Fifa. Os chilenos acionaram a Corte Arbitral do Esporte (CAS), última instância da Justiça Deportiva, há poucos dias.
O Peru acompanhou o Chile, se envolveu na batalha extracampo e recentemente também entrou com ação no CAS exigindo que o Equador seja excluído da Copa do Mundo. Assim, em uma improvável decisão favorável, a Rojiblanca é quem iria ao Catar no final do ano. É um desfecho quase impossível para essa história.
Apesar da polêmica e dessa novela que já dura meses, o Equador dificilmente será sacado da Copa. A Fifa costuma ser muito inflexível com esses assuntos e a tendência é que nada mude na lista das 32 seleções que vão ao Mundial daqui a poucas semanas. La Tri, então, vai para a sua quarta participação na maior e mais prestigiada competição de todo o globo terrestre.
A história dos 43% de aproveitamento do Equador em Copas do Mundo faz parte da série em contagem regressiva do 90min Brasil para o Catar. Faltam 43 dias para o Mundial da Fifa.