45 dias para a Copa do Mundo: com 45 anos, egípcio Essam El-Hadary bateu recorde de longevidade no Mundial de 2018
Por Nathália Almeida
Qual é o prazo limite para se viver um sonho? No mundo do futebol, o tempo costuma ser uma grandeza cruel, afinal, carreiras profissionais de alto rendimento duram pouco. Mas para viver a maior das experiências que um atleta da modalidade vislumbra, a disputa de uma Copa do Mundo, todos os esforços valem a pena. Inclusive estender ao máximo a jornada dentro das quatro linhas, como fez Essam El-Hadary, inspiração para a pílula histórica desta quinta-feira (6).
Faltando apenas 45 dias para o início da Copa do Mundo do Catar, contamos um pouco da jornada do goleiro egípcio que marcou seu nome na história dos Mundiais. No dia 25 de junho de 2018, em Volgogrado, Essam El-Hadary se tornou o jogador mais velho a disputar uma partida de Copa, com 45 anos e 161 dias de idade. E apesar do resultado final não ter sido o dos sonhos para o arqueiro, ele pode se orgulhar de ter feito a sua parte.
Pela terceira rodada da fase de grupos do Mundial da Rússia, o Egito jogava "pela honra" contra a Arábia Saudita. Já sem chances de classificação na chave após duas derrotas nos primeiros dois jogos, a seleção africana entrou em campo com algumas modificações em seu time titular, decisão da comissão técnica para que outros jogadores tivessem a oportunidade de disputar uma partida de Copa. Foi assim que o veteraníssimo Essam El-Hadary, lenda do Al-Ahly, ganhou uma chance na vaga de Mohamed El Shenawy.
Fazendo seu primeiro e único jogo de Mundial com a camisa egípcia, o goleiro, que havia estreado na seleção em 1996 - seis anos depois daquela que era, até 2018, a última participação dos Faraós em Copas -, teve uma grande performance individual com três grandes defesas. A mais especial foi, sem dúvida, a intervenção em cobrança de penalidade de Fahad quando o placar da partida ainda apontava 1 a 0 para o Egito. Posteriormente, os sauditas viraram a partida por 2 a 1, mas o revés não apagou o feito: Essam El-Hadary e Copa do Mundo, enfim, escreveram um capítulo conjunto (e especial) após 22 anos de serviços prestados pelo goleiro à sua seleção nacional.