7 iniciativas no futebol brasileiro para combater a LBGTfobia e intolerância no esporte

"Sua bandeira no mastro é a história" diz um dos versos do Hino do Santos e esse trecho inclui um dos elementos do esporte, a bandeira, que está presente tanto na festa das arquibancadas quanto no campo para marcar o escanteio. E esse conceito de representatividade que é um símbolos do Dia do Orgulho LGBTQIAP+, celebrado neste 28 de junho.

Dentro do estádio ao comemorar um gol a paixão une os torcedores como crianças, adultos, idosos se empolgam - e muitas vezes até abraçam desconhecidos - e esta é apenas uma das evidências que a diversidade está no cotidiano do esporte mais popular do mundo e um dos desafios dos personagens envolvidos dentro e fora das quatro linhas é fazer com que as barreiras continuem apenas no texto da regra do jogo.

1. "A casa de todas as torcidas"

Em 2017 o governo de Minas Gerais realizou uma parceria com a Federação Mineira de Futebol e iluminou um dos pontos turísticos da cidade com as cores do arco-íris, o Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, e a fachada ficou toda colorida.

2. Um jogo histórico

O dia 9 de junho de 2018 entrou para a história do Mineirão. Nesta data, o espaço esportivo mais famoso de Belo Horizonte recebeu um jogo do Bharbixas, a primeira vez que uma equipe LGBTQIA+ disputou uma partida de futebol em um estádio de Copa do Mundo. Fundado em 2017, o clube amador LGBTQIAP+ também possui times de handebol e vôlei. A iniciativa no Gigante da Pampulha integra um projeto batizado "Mineirão de Todos", voltado para ações de inclusão social como tradução em libras, eventos com palestras de pessoas com deficiência, etc.

3. Número do Respeito

A associação com os homossexuais pela referência à representação do veado no jogo do bicho fez com que a camisa 24 virasse um tabu no futebol brasileiro. Então em 2020 surgiu um movimento fruto de uma parceria do Bahia com a cervejaria Brahma para que os clubes usassem o número e isso se espalhou pelo Brasil, tanto que Botafogo, Flamengo, Fluminense, Santos e Vasco também incorporaram a ideia e a ação ultrapassou fronteiras ganhando destaques na mídia internacional em jornais tradicionais como "El País" (Espanha) e "New York Times" (EUA)

4. Pelé veste a 24

A camisa 10 ganhou outro significado ao ser usada pelo Rei do Futebol e nada mais icônico do que usar a estátua na terra onde ele passou a maior parte da carreira e virou ídolo por defender o Santos em mais uma tentativa de desmistificar - e incluir - o número 24 nas escalações.

5. Pede a 24

"24 não é só um número qualquer. Ele carrega as digitais criminosas do preconceito. Vista o número que quiser e vem jogar com a gente. Em nosso time sempre cabe mais um. Mais 24 em campo. É o que a gente pede", diz o trecho do manifesto publicado em 2020 e assinado por Mauro Beting, editor da revista Corner, e no ano seguinte a publicação retomou o debate com uma provocação à ausência da camisa 24 na lista de convocados da Seleção Brasileira.

6. Alvinegro nos tons do arco-íris

"Combater o preconceito e promover a diversidade e inclusão, no esporte e na sociedade como um todo". Assim o Santos usou as redes sociais em 2021 para comunicar que o uniforme seria o chamariz no apoio à comunidade LGBTQIAP+. O patrocinador adotou os tons do arco-íris e termos simbólicos substituíram o nome dos jogadores, como por exemplo Orgulho, Respeito, Visibilidade, Inclusão, Liberdade, Resistência, Empatia, Luta, Amor, Justiça, Diversidade, Direitos, Pluralidade, Identidade, Equidade e Aliados.

7. Levantou a bandeira

Em 2021, o Vasco da Gama colocou em prática o discurso do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ promovendo uma campanha com o slogan "Somos o que Somos. Somos todos Iguais. Somos Vasco. Ontem, hoje e sempre", o uso da hashtag #RespeitoEDiversidade, a mudança no uniforme com a tradicional faixa diagonal nas cores do arco-íris - e a bandeirinha de escanteio também ganhou mesmos tons. No dia 27 de junho, o time entrou em campo pela Série B e estreou a nova camisa contra o Brusque. O que marcou mesmo foi a comemoração do gol que abriu o placar na vitória por 2 a 1. Na ocasião, o argentino Germán Cano fez questão de mostrar que o discurso também entrou no vestiário. De fato: o tradicional Estádio de São Januário estava remodelado, com o mosaico formando a palavra "respeito" nas cadeiras em sintonia com as faixas com as listras em vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e roxo. As manifestações extrapolaram os limites da rivalidade e ganharam o reconhecimento de clubes como o Fluminense.

8. Bônus: Museu do bi, do tri e do trans

Neste caso não se trata de algo específico, mas sim do que é realizado no Museu do Futebol, um espaço cultural localizado na zona oeste da cidade de São Paulo nas dependências do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, no Complexo Esportivo do Pacaembu, que costuma receber eventos e se posicionar de forma inclusiva para que todas as pessoas se sintam à vontade ao visitar as exposições e participar da programação. "No Museu do Futebol você é livre para usar o banheiro correspondente ao gênero com o qual se identifica", anuncia uma placa exposta em três idiomas (Português, Espanhol e Inglês) afixada na porta dos sanitários.