76 dias para a Copa do Mundo: 1976, o ano da estreia profissional de Zico pela Seleção Brasileira
Por Antonio Mota
Faltam 76 dias para a Copa do Mundo do Catar, uma contagem regressiva para o sonho do hexacampeonato da Seleção Brasileira. E um dos grandes personagens que representou o país é Arthur Antunes Coimbra, o Zico. Ele disputou três edições do Mundial, sendo a primeira em 1978, dois anos antes de sua estreia pela canarinho, em 25 de fevereiro de 1976, na vitória por 2 a 1 sobre o Uruguai, em Montevidéu. Ao todo foram 66 gols em 89 jogos com a camisa verde e amarela.
O Galinho de Quintino inclusive, já foi apontado pelo próprio Rei Pelé como um dos ‘melhores de sempre’ – ou como um dos “príncipes” no reinado do futebol. O craque, no entanto, apesar de tão fora da curva, não conseguiu quebrar uma barreira: ser campeão mundial pela seleção. Ele disputou três Copas, mas bateu na trave em todas, sendo a mais dura em 1982, na Espanha, que ficou conhecida como "Tragédia do Sarriá".
Quatro anos antes, na Argentina, teve um gol anulado de forma inusitada pela arbitragem. Clive Thomas, do País de Gales, supostamente encerrou a partida enquanto a bola viajava durante um escanteio de Nelinho que Zico cabeceou para o fundo da rede. A decisão controversa em 1978 é motivo de discussão até hoje e, dias depois, ele marcou contra o Peru o primeiro dos cinco gols que possui em Mundiais. A despedida do país vizinho foi sem festa, mas de forma invicta.
Quatro anos depois, em 1982, o camisa 10 emplacou grandes atuações e foi muito bem no Mundial da Espanha, mas, ainda assim, viu a Seleção sucumbir de forma inesperada para a Itália, com três gols de Paolo Rossi, a única derrota da Seleção com ele em campo. Um baque histórico.
Já no México Zico não estava em sua melhor forma física pois recuperava-se de grave lesão no joelho e acabou sem o protagonismo esperado. Aliás, disputou apenas três jogos. Em campo, ficou marcado por ter perdido um pênalti decisivo contra a França. O goleiro Joël Bats defendeu e o empate em 1 a 1 levou a decisão da vaga na semifinal novamente para a marca da cal. Ele não titubeou e converteu, porém após todas as cobranças os franceses que avançaram.
O maior ídolo do Flamengo marcou época no esporte entre os anos 1970 e 1990. Neste período, o gênio da camisa 10 foi autor de lances plásticos e conhecido por ser um exímio cobrador de faltas, fatos que inspiraram o cantor e compositor Jorge Ben Jor a homenageá-lo na música "Camisa 10 da Gávea.
De todo modo, Arthur Antunes Coimbra foi um gigante dentro das quatro linhas e teve uma grande passagem pela Seleção Brasileira entre a sua estreia em 1976 e a sua despedida, já em 1989. Foi um gênio e, sem dúvidas, é um dos maiores jogadores que nunca ganharam uma Copa.