A exemplar e vitoriosa carreira da craque Formiga, através das fotos
Por Nathália Almeida
Na noite desta quinta-feira (25), a Seleção Brasileira se despede daquela que pode ser considerada como uma das maiores atletas da história do esporte mundial: Formiga.
Aos 43 anos de idade, a lendária volante fará seu último jogo com a camisa da Canarinho, com a qual têm o status de recordista máxima em número de exibições e tempo de serviços prestados: foram nada menos do que 26 anos representando a Seleção Brasileira.
Em homenagem à eterna número 8, o 90min relembra alguns dos momentos mais especiais de sua exemplar trajetória dentro das quatro linhas, e também agradece: Formiga, heroína de muitas gerações, obrigada por tudo que fez pelo futebol feminino e pelo esporte nacional.
1. A primeira Copa (1995) e os primeiros Jogos Olímpicos (1996)
O pioneirismo de Miraildes Maciel Mota, a Formiga, fica escancarado quando tomamos ciência de que ela participou da segunda edição da história da Copa do Mundo Feminina (1995) e da primeira edição dos Jogos Olímpicos (1996). Antes de Atlanta, a modalidade ainda não fazia parte do programa olímpico.
No Mundial da Suécia, teve a oportunidade de dividir o gramado e os vestiários com grandes nomes da chamada "primeira geração" da Seleção Feminina, como Meg, Elane e Pretinha.
2. A primeira medalha em Copas (1999)
A primeira medalha da Seleção Feminina em Copas, um comemorado bronze, veio na terceira edição do torneio: Estados Unidos, 1999.
Formiga já fazia parte do elenco verde e amarelo há quatro anos, e foi peça fundamental na campanha, inclusive convertendo a última cobrança na disputa por penalidades que deu o terceiro lugar para a Canarinho sobre a Noruega. A explosão de felicidade, registrado neste belo clique acima, prova como essa medalha era importante para Formiga e este grupo.
3. O primeiro ouro Pan-Americano (2003)
Depois de conquistar o bronze na Copa do Mundo de 1999, Formiga e a Seleção Brasileira queriam colocar no peito uma medalha de cor diferente. E a dourada veio alguns anos depois, no Pan-Americano de Santo Domingo, na República Dominicana.
A equipe verde e amarela teve campanha perfeita no torneio, vencendo os quatro jogos que disputou e levando o ouro pra casa.
4. A primeira prata olímpica (2004)
Nesta foto, você pode ver Formiga vestindo a camisa 7, outro número que marcou sua carreira na Seleção Brasileira. Ainda nesta foto, você também pode ver a volante travando uma dura disputa de bola com a craque Mia Hamm, uma das maiores jogadoras da história do futebol feminino, não apenas norte-americano, como mundial.
O desfecho dos Jogos Olímpicos de Atenas foi agridoce para a Canarinho com a derrota para os Estados Unidos na grande decisão, mas isso não muda o fato de que Formiga e cia, apesar de todas as dificuldades e baixo investimento nacional na modalidade, voltaram para casa com a primeira medalha olímpica da história do futebol feminino.
5. A consagração no Maracanã lotado (2007)
Toda jogadora de futebol sonha em atuar em estádios lotados, recebendo o apoio e o reconhecimento merecidos. No feminino, infelizmente este ainda não é um cenário constante mas, quando acontece, marca a vida de todos os que amam e vivem da modalidade.
Em 2007, Formiga, Marta, Cristiane e demais estrelas de uma das melhores gerações da modalidade foram ovacionadas por um Maracanã abarrotado e pulsante para acompanhar a decisão do Pan-Americano de 2007.
As jogadoras brasileiras recompensaram os mais de 67 mil torcedores presentes com um show de bola: goleada por 5 a 0 sobre os Estados Unidos na grande final.
6. O vice-mundial (2007) e a segunda medalha olímpica (2008)
Os anos finais da década de 2000 provaram que a Seleção Brasileira era a única no mundo capaz de dificultar a vida dos Estados Unidos, que já tinha o status de potência máxima da modalidade naquele momento.
Na Copa do Mundo de 2007, na China, a Canarinho levou a melhor sobre as estadunidenses na semifinal, com direito à goleada: 4 a 0. Infelizmente, Prinz vivia uma fase iluminada e acabou com o jogo na grande final, garantindo o título à Alemanha. Era a segunda medalha do Brasil e de Formiga em Mundiais, dessa vez uma prata.
Prata também seria a cor da segunda medalha da Canarinho Feminina em Jogos Olímpicos. Marta e Formiga jogaram muito na campanha de Pequim, mas não conseguiram evitar nova derrota na prorrogação para os EUA.
7. Os recordes (1995-2021)
Falar de Formiga é falar de recordes. Exemplo de resiliência, longevidade e profissionalismo - sempre se cuidou muito, como uma verdadeira atleta -, a volante é a recordista em número de partidas disputadas e "tempo de casa" na Seleção Brasileira.
Além disso, é a única atleta na história do esporte - masculino ou feminino - a ter disputado 7 edições de Copa do Mundo e 7 edições de Olimpíadas. Uma lenda viva.
8. A despedida (2021)
Na noite desta quinta-feira (25), certamente teremos alguns cliques especiais e emocionantes de um momento que sabíamos que chegaria, mas que não soubemos nos preparar para testemunhá-lo: o adeus da lendária camisa 8.
Contudo, uma coisa é certa: não importa quanto tempo passe, o legado de Formiga é eterno. Pois quem construiu uma história que se confunde com a própria história do esporte, é atemporal. Obrigada por tudo, Formiga!