Agora que a matemática impede, vamos ser claros: o Grêmio nunca chegou perto de lutar pelo título brasileiro

Poucas pessoas se deram conta. Ao ficar no 3 a 3 com o Santos, nesta quarta-feira, o Grêmio não apenas chegou a incríveis 17 empates no Campeonato Brasileiro, não apenas estabeleceu a sua pior sequência de resultados desde a chegada de Renato Portaluppi, em 2016. O clube ficou matematicamente alijado da disputa do título nacional. Isso faltando ainda quatro rodadas.

Depois de 34 jogos, o Tricolor somou apenas 53 pontos - e corre risco de ficar de fora da próxima Libertadores. Até pode chegar aos mesmos 65 do atual líder e maior rival Internacional (desde que este perca nesta quinta, para o Athletico-PR, e os demais quatro embates que terá pela frente), mas se colocará (bem) atrás pelo número de vitórias. Sim, torcida azul, esta é uma campanha que dá vergonha. E vamos combinar desde já: o clube, em nenhum momento, brigou para ser campeão. Ou alguém viu a equipe beliscando a liderança, aparecendo no retrovisor dos adversários? Não, isso jamais aconteceu, nem mesmo na enganosa sequencia de 16 duelos de invencibilidade.

Quando alguma esperança surgiu no final do túnel, lá foi o time estragar qualquer expectativa acumulando resultados que não condizem com a história do clube. O Grêmio não ficou para trás no Brasileirão por arbitragem, lesões, calendário apertado. Isso se deu, exclusivamente, por falta de planejamento, de visão, de tato, de ambição, de soberba. O leque de erros é gigante, e é possível se apegar a qualquer um deles para justificar o fracasso.

Poupar a todo momento achando que vai ganhar pelo grupo disponível é algo que não entra em cabeças sensatas. Sentar em cima de vantagens, menos ainda. Trotar em campo tinha que ser alvo de cobranças efusivas. Se eximir de culpas e não conhecer erros, o que é isso? O fato é que, somando tudo isso (que aconteceu e segue acontecendo), o resultado é um desempenho que em nada condiz com a realidade de uma instituição que, diz, investe para ganhar.

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