Além do recorde! O que fica da vitória do Brasil sobre o Chile pelas eliminatórias da Copa
Por Fabio Utz
Contra números não se discute! O Brasil de Tite, ao ganhar do Chile nesta quarta-feira, em Santiago, alcançou uma marca inédita: sete vitórias consecutivas em uma edição de eliminatórias sul-americanas. Até então, a atual seleção estava igualada aos comandados de João Saldanha, na disputa para a Copa do Mundo de 1970. Sim, o 1 a 0, gol de Everton Ribeiro, entra para a história. Mas, além do resultado, o que pode ser destacado do duelo?
É impossível negar, por exemplo, que o primeiro tempo foi extremamente ruim. Se o goleiro Weverton não aparecesse em três lances - no principal deles, defendeu uma cabeçada mortal de Vargas -, certamente o duelo teria um desfecho diferente. O time estava mal escalado, mal armado. À espera do adversário, não tinha poder de fogo para contra-atacar. E vamos combinar: não é este o estilo do futebol brasileiro.
Veio a etapa final, e uma lição, ao que tudo indica, tende a ser levada para os duelos subsequentes. Ao tirar um atacante (Vinicius Junior) para colocar um articulador (Everton Ribeiro) e ainda aumentar a qualidade do setor de criação com a entrada de Gerson (na vaga de Bruno Guimarães), Tite ajeitou a equipe. Com dinâmica e criatividade, a seleção deu alguns passos à frente, o suficiente para tirar o rival do seu conforto, evitar ameaças mais fortes e chegar ao seu gol.
Alguns podem dizer que o entrosamento dos 'flamenguiistas' fez a diferença. Mas não é tão simples assim. As funções estavam divididas da forma como deve ser, ou seja, cada um na sua. Talvez até possa ser verdade que, mesmo com as modificações, ainda não se aproveitou o melhor de cada um - quem diria, por exemplo, que em muitas oportunidade Gabigol cairia pela direita para Everton Ribeiro aparecer de centroavante, como no lance da bola na rede. Só que prevaleceu o equilíbrio, a forma de se distribuir obrigações. De que adiantava, por exemplo, ter Vinicius Junior em campo para ele atuar da intermediária para trás? São aprendizados que ficam, muito mais fáceis de serem entendidos quando o time segue com 100% de aproveitamento, tem seis pontos de diferença para o segundo colocado (a Argentina, adversária de domingo) e dá mais um passo rumo ao Qatar.
DEMAIS RESULTADOS DA RODADA DAS ELIMINATÓRIAS
Bolívia 1 x 1 Colômbia
Equador 2 x 0 Paraguai
Venezuela 1 x 3 Argentina
Peru 1 x 1 Uruguai