Análise: como a França conseguiu ser a protagonista do jogo contra o Brasil pela segunda rodada do Mundial Feminino
- Equipe europeia foi superior em boa parte da partida em Brisbane
- Time francês fez uso da bola aérea, e brasileiras decepcionaram
Por Fabio Utz
Mal a bola rolou em Brisbane e ficou claro que, ao contrário da estreia na Copa do Mundo, dessa vez a Seleção Brasileira Feminina não teria vida fácil. Se o Panamá foi uma presa que não impôs dificuldade alguma, a França se mostrou, como era de se esperar, ser uma rival das mais poderosas.
O duelo em si foi muito diferente do anterior. As francesas não se intimidaram diante da equipe de Pia Sundhage e quiseram, elas, dar o tom da partida. E conseguiram. Com pressão na saída de bola e fazendo uso de um jogo bastante físico, a equipe europeia deixou claro, desde o início, que entrou em campo para se colocar como protagonista.
E isso, por óbvio, inibiu a ação das brasileiras, que não conseguiam parar as francesas. Para se ter uma ideia, o time azul praticamente ‘alugou’ o meio-campo para, com pressão na saída de bola das brasileiras, também não deixá-las ir ao ataque. O Brasil ficou, literalmente, sem saída, tanto que foi ter a primeira (e única) chance (da etapa inicial) de marcar somente aos 22 minutos, quando já estava em desvantagem - para se ter uma ideia, a essa altura do compromisso de segunda-feira a equipe, que empilhava oportunidades, havia até aberto o placar.
Na largada da etapa final, a França continuou tendo controle total das ações. Sem sofrer, inibiu a transição defesa-ataque das brasileiras e, com boa recomposição, parecia não se intimidar. O gol de empate verde-amarelo, claro, abriu novas perspectivas para a Canarinho. O embate ficou mais aberto, com a chamada 'trocação' de ambos os lados. Mas não teve jeito. A Seleção não soube aproveitar os naturais espaços que apareceram, a virada não ocorreu, e as francesas, com seu tradicional jogo aéreo, mais uma vez ficaram em vantagem, dessa vez para não largar mais.
Vamos combinar: se esperava muito mais de Geyse, Tamires e companhia. Agora, é aguardar para ver o que vai acontecer diante da Jamaica, na rodada decisiva do Grupo F.