Ângelo e Joaquim são vítimas de racismo em jogo da Sul-Americana e Santos cobra ação da Conmebol
Por Fabio Utz
Virou rotina? Depois de Vinícius Júnior e Rodallega, dessa vez foram dois jogadores do Santos, Ângelo e Joaquim, que se tornaram alvos de racismo em um campo de futebol. Os atos ocorreram nesta quarta-feira, quando o Santos perdeu para o Audax Italiano, no Chile, por 2 a 1, pela Copa Sul-Americana.
Os atletas foram atacados verbalmente e com gestos imitando macacos por torcedores adversários presentes no estádio. De pronto, todas as partes se posicionaram cobrando uma ação por parte da Conmebol e repudiando o fato. "O crime foi denunciado pelo Santos FC, ainda dentro do estádio, para os representantes da Conmebol. Com os dois casos registrados oficialmente, o clube aguarda o posicionamento da entidade diante desta situação inaceitável. Como já foi dito, o racismo não deve ser apenas combatido, mas também punido severamente", diz parte da nota oficial emitida pelo Alvinegro.
Ainda no Chile, o diretor Paulo Roberto Falcão deu sua posição. "As coisas não param se não tiver medidas sérias, punições severas. Não é difícil de identificar, estamos falando isso depois de alguns dias do que aconteceu com o Vinicius Junior no Real Madrid. Alguém tem que parar com isso, o que depende muito das instituições. A gente reclama, a gente lamenta e isso fica no nosso limite."
Por fim, Ângelo também foi aos microfones. "Sai na mídia, todo mundo repudia, todo mundo comunica e é incrível como as pessoas não amadurecem, não aprendem. Basta de racismo. É algo que machuca muito. Pedi para o bandeirinha fazer alguma coisa, mas como sempre as pessoas se omitem, não fazem nada, são cúmplices de atos racistas. Espero que a Conmebol tome uma ação e faça algo que não seja só falar. Que a Conmebol tenha atitude", disse. O Santos volta a campo no domingo para enfrentar o Bragantino, pelo Campeonato Brasileiro, no estádio Nabi Abi Chedid.