Antagônicos: Política e pandemia escancaram diferenças entre Corinthians e Flamengo
Por Nathália Almeida
Mundialmente conhecidos, multicampeões dentro das quatro linhas - especialmente a partir dos anos 80/90 -, donos das duas maiores torcidas do Brasil: não dá para negar que Corinthians e Flamengo são dois gigantes do futebol brasileiro com diversos 'pontos em comum' em nível esportivo. Contudo, em 2020, temos testemunhado um acirramento das diferenças entre essas duas potências, especialmente nos aspectos que transcendem as quatro linhas.
Como destaca o UOL Esportes, Corinthians e Flamengo se colocaram em posições diametralmente opostas no debate quanto ao retorno do futebol em meio ao coronavírus: ao passo que o clube carioca liderou esforços pela retomada do calendário ainda em junho, o time paulista questionou fortemente a antecipação da volta das atividades no Estado de São Paulo, epicentro da pandemia no país.
Os posicionamentos de alvinegros e rubro-negros seguem antagônicos quando o assunto é público nos estádios. De olho nas receitas oriundas de sócio torcedor e bilheterias, o Flamengo vem liderando esforços pela reabertura parcial das arquibancadas, enquanto o Corinthians é a principal voz dentre o extenso grupo de clubes contrários à medida. A CBF ainda não se posicionou oficialmente sobre o tema, mas sabe que, para manter a isonomia do campeonato, não pode permitir que apenas um Estado/capital volte a ter presença de torcida nos estádios.
Os dois gigantes também estão bem distantes no chamado 'espectro político', apesar de clubes de futebol, por Estatuto, serem agremiações sem alinhamento político: ao passo que o Flamengo construiu e solidificou uma espécie de 'linha direta' com o Governo Federal - se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro para debater a MP 984 e pressionar pelo retorno do futebol -, o Alvinegro não só mantém distância, como não tem uma relação amistosa com os representantes deste governo.