Apego a veteranos e falta de variação: trabalho de Odair no Fluminense já está comprometido

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Na noite da última quarta-feira (12), o Fluminense somou seu primeiro ponto no Brasileirão 2020, ao empatar com o Palmeiras por 1 a 1 no Maracanã. O desfecho da partida deixou uma impressão ruim e um sabor amargo para as torcidas envolvidas, menos até pelo resultado em si, e mais pelo nível técnico sofrível apresentado pelas duas equipes. Um jogo pobre em nuances, alternativas e variações, descrição que contempla muito bem o trabalho de Odair Hellmann nas Laranjeiras.

Desde o retorno do calendário brasileiro, o Tricolor Carioca foi a campo dez vezes e venceu apenas uma partida: um amistoso preparatório contra o Botafogo, visando a disputa do Brasileiro. Levando em conta apenas jogos oficiais, são oito confrontos e nenhum triunfo, sendo quatro empates e quatro derrotas, com apenas três gols anotados. Os resultados ruins acumulados são a consequência natural de um trabalho pouco corajoso, dogmático, que tende a privilegiar veteranos em detrimento de jovens valores que estão pedindo passagem.

Tendo em mãos um dos melhores jogadores sub-21 em atividade no país - ele se chama Marcos Paulo e já está no radar de gigantes da Europa -, Odair conseguiu a proeza de barrá-lo por não encontrar sua posição em campo. É verdade que o camisa 11 não vinha de boas atuações jogando de ponta, mas a explicação para isso é mais simples do que parece: ele não é ponta. Rende melhor centralizado por trás do atacante ou até mesmo como homem de referência, jamais pelas beiradas do campo. Nenê também não é atacante de lado/ponta, mas é nesta função tática que tem sido aproveitado por Odair desde a volta do calendário.

A 'cereja do bolo reversa' foi o deslocamento do jovem Evanilson, que podemos chamar de camisa 9 raiz, para atuar pelas beiradas contra o Palmeiras, mudança mandatória para comportar a entrada de Fred no time titular. Tragicamente, a lesão do veterano ainda aos 30' do primeiro tempo veio para consertar uma escalação envelhecida, recheada de improvisos, pouco intensa e, consequentemente, completamente desconectada das demandas atuais do futebol. Tende a ser mais um longo e sofrido ano para o torcedor tricolor, sensação que lhe tem sido pra lá de comum desde 2012.