Athletico-PR faz história e vai à semifinal da Libertadores com gol no último minuto diante do Estudiantes
Por Fabio Utz
Quando se fala que Libertadores tem um clima diferente, talvez o jogo desta quinta-feira, entre Estudiantes e Athletico-PR, seja a melhor representação. Pressão da torcida, rivalidade à prova, muita disputa dentro de campo e, claro, árbitro sendo encarado a todo momento. Dentro deste contexto, o time brasileiro fez história e calou La Plata.
Sim, Luiz Felipe Scolari (o primeiro técnico a ficar entre os quatro melhores da América por seis vezes) e companhia conseguiram um feito de dar muito orgulho em plena Argentina. No duelo de volta das quartas de final, a vitória por 1 a 0 contra um rival que nunca tinha perdido um duelo de mata-mata da competição continental em casa foi obtida no último minuto, com uma jogada construída por atletas que, pouco antes, haviam deixado o banco de reservas. Desde 2005 o clube não chegava à semifinal, e agora ele se habilita para encarar o Palmeiras, atual bicampeão.
Com o time rival jogando em casa, era natural que o Furacão ficasse um pouco mais preocupado em se defender. E aí apareceram figuras como o gigante zagueiro Thiago Heleno para afastar tudo quando é bola e o próprio volante Fernandinho para dar o tom das ações do meio-campo. E vamos combinar: até a arbitragem se mostrou neutra para decidir conforme seus critérios - dessa vez, não há o que reclamar.
Por exemplo: já no segundo tempo, quando Lollo balançou a rede para o Estudiantes aproveitando uma bola rebatida na trave, Andres Matonte foi chamado ao vídeo e anulou o lance por considerar que Morel, em posição de impedimento, atrapalhou a visão de Bento. Decisão questionável ou não, é fato que o juiz não se intimidou com o ambiente.
Isso, naturalmente, deu força para os visitantes se segurarem por mais alguns instantes. O sufoco da bola rolando estava dando lugar à decisão por pênaltis - sem antes Mauro Méndez perder chance cara a cara com o sortudo goleiro brasileiro. Só que daí, já aos 50 minutos da etapa final, David Terans deu início à ação que teve cruzamento de Vitinho e terminou com o cabeceio do jovem Vitor Roque. A bola, de mansinho, entrou, e a festa foi rubro-negra no país vizinho. É ou não para o atleticano abrir aquele sorrisão?