Queda do Atlético-MG na Libertadores passa mais pelo Cuca que saiu do que pelo que voltou
Por Lucas Humberto
A queda do Atlético-MG na Copa Libertadores deixa no ar uma sensação de encerramento precoce de uma temporada que tinha tudo para ser vitoriosa. A base mantida depois de um dos melhores anos da história do Galo não poderia representar outro cenário que não fosse o de sucesso, certo? Bem, quase. Uma pequena mudança acabou sendo bem mais crucial do que deveria.
Quando Cuca se despediu da área técnica do atual campeão brasileiro, iniciou-se um novo planejamento. Mas não do zero. Aliás, muito pelo contrário, afinal, parte da identidade dos mineiros hoje remonta ainda ao período de Jorge Sampaoli. Foi necessária apenas uma engrenagem para desmontar o castelo de cartas: Turco Mohamed.
Ao buscar um técnico com estilo tão diferente daquele mostrado pelo time em 2021, a diretoria assumiu um grande risco. Isso sem falar da falta de experiência do argentino com o calendário brasileiro. Tragédia anunciada e óbvio redirecionamento de rota pela frente: trazer de volta o ídolo, multivencedor e símbolo das conquistas de 2021.
Qual a razão de eleger um único culpado quando na verdade são vários? As decisões internas, a opção de Cuca de sair entre uma temporada e outra, a investida no incerto e pouco conhecido Turco, além, claro, do simples acaso. Trocas de comando de clubes são sempre tiros no escuro. Às vezes dá muito certo, às vezes não.
Em termos de desempenho, Cuca ainda está devendo muito em seu retorno. Foram quatro partidas, dois empates e duas derrotas. Parte da culpa pela eliminação, contudo, não é do técnico que volta, mas sim daquele que saiu. Agora, é hora de redirecionar a rota de verdade: com ele ou sem, o planejamento precisa ser feito com seriedade. Talvez até do zero.