Opinião: Atlético-MG evita bicampeonato do Fluminense na Libertadores graças a Deyverson e Gabriel Milito

Parte considerável da opinião pública e dos torcedores que acompanharam a vitória do Fluminense no primeiro jogo do confronto diante do Atlético-MG imaginaram um cenário muito difícil para os mineiros reverterem. Contudo, o que vimos na Arena MRV na última quarta-feira (25), com a classificação do Galo para as quartas de final da CONMEBOL Libertadores, demonstrou uma diferença considerável de entendimento tático entre os técnicos Gabriel Milito e Mano Menezes.

Galo imponente contra o Fluminense desde o início

Apesar de entrar em campo com apenas uma alteração em relação ao jogo de ida (Lyanco, improvisado na lateral-direita, no lugar de Bruno Fuchs), o Atlético-MG conseguiu estabelecer um forte domínio contra seu adversário durante toda a partida. Durante a etapa inicial, o Galo marcou alto e impediu que o tricolor carioca encontrasse espaço para circular a bola no campo defensivo.

Fábio pegou pênalti de Hulk com apenas cinco minutos de jogo e o Galo poderia ter sentido emocionalmente o lance desperdiçado. No entanto, a estratégia de Milito persistiu principalmente graças a Gustavo Scarpa, fundamental em encontrar espaço entrelinhas e armar jogadas nas fases de ataque, atuando principalmente pelo lado esquerdo. Porém, apesar de ter pressionado durante a etapa inicial com chances de perigo, o campeão mineiro deixou o primeiro tempo sem gols.

Enquanto o Atlético-MG controlava as ações, a equipe comandada por Mano Menezes deixava muitos espaços em campo principalmente nas laterais e nas pontas, permitindo que os atletas adversários recebessem bolas pelos lados do campo buscando cruzamento na área. Foram diversas as oportunidades em que Scarpa venceu duelos individuais contra Samuel Xavier e Serna, mas o treinador gaúcho não ajustou o problema no primeiro tempo.

Deyverson inteligente e letal nas finalizações

O panorama da partida mudou a partir do segundo tempo, afinal minutos antes de ir para o intervalo Bernard saiu lesionado e Deyverson foi acionado em uma substituição corajosa de Gabriel Milito. Hulk passou a atuar pela direita e Scarpa foi fixado pela esquerda. Essa estratégia rendeu frutos rapidamente quando Scarpa cruzou na área para Deyverson vencer a disputa aérea contra Thiago Silva e marcar o primeiro gol.

Paulinho mais uma vez abaixo do esperado e Hulk não estava em sua noite mais artilheira, mas o veterano foi decisivo para cruzar na medida achando Deyverson nas costas da marcação aos 42 da etapa final, fechando um confronto que estava pronto para ser decidido nos pênaltis.

Optar pela dupla Paulinho e Deyverson por dentro fez o Galo ampliar seu volume ofensivo diante de um Fluminense que priorizava a disputa por pênaltis, mesmo com a desvantagem no placar do jogo de volta. Com isso, Milito enfim conseguiu superar o tricolor carioca após a eliminação na Libertadores 2023 na época que trabalhava no Argentinos Juniors.

Diferença na área técnica foi determinante para o resultado

A melhor exibição do Atlético-MG sob comando de Gabriel Milito mostrou como o atual comandante do Galo conhece seu elenco e possui capacidade para reencontrar com o melhor futebol. Diante do River Plate, a expectativa fica por conta da manutenção do ótimo desempenho dos reforços como Fausto Vera, Lyanco e Junior Alonso.

O Fluminense encerra a sua esperança de títulos na temporada 2024 e agora foca suas atenções na tentativa de evitar um trágico rebaixamento para a segunda divisão. Considerando que o Tricolor Carioca não deve disputar a Libertadores em 2025, o trabalho da comissão técnica deve ser avaliado com maior critério nos jogos finais de 2024, principalmente pensando na preparação para o Mundial de Clubes em junho de 2025.

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