Balanço do São Paulo revela descontrole absoluto das contas e pior dívida em ao menos 20 anos

NELSON ALMEIDA/Getty Images
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Tido como modelo de clube a ser seguido em um passado nem tão distante assim, o São Paulo, agora, padece de um incomparável desajuste financeiro. Sim, o balanço referente a 2019 comprova que nem mesmo o otimismo gerado pelas contratações de Daniel Alves e Juanfran, na metade da última temporada, faz o Tricolor deixar de ter as piores dívidas em pelo menos duas décadas. Como se chegou a tal ponto? Analisando-se os números, fica bastante fácil de entender, e foi o que fez o blog do Rodrigo Capelo.

Miguel Schincariol/Getty Images

No ano passado, ao faturar R$ 374 milhões (o pior desempenho desde 2016), o clube não conseguiu comportar nem de perto o seu endividamento, que chegou a R$ 538 milhões. E muitos fatores explicam esta queda brutal de arrecadação. A eliminação em fases iniciais de competições importantes, como Libertadores e Copa do Brasil, não gerou a entrada de verba esperada relativa a direitos de transmissão e também de eventuais premiações mais significativas. Além disso, na comparação com 2018, o incremento em patrocínios e licenciamentos foi de apenas R$ 1 milhão, nada suficiente para arcar com os custos gerados pelos investimentos em estrelas do campo. Isso sem contar que as transferências de atletas também caíram. Sendo assim, as receitas foram R$ 81 milhões abaixo do inicialmente orçado.

Alexandre Schneider/Getty Images

No final das contas, se era esperado um resultado líquido positivo de R$ 1 milhão, o mesmo foi negativo em R$ 156 milhões, independentemente se o mesmo tenha efeito imediato ou não nos cofres, uma vez que existem montantes (cerca de R$ 81 milhões) a serem pagos de forma parcelada e que atravessam o atual exercício. A dívida de curto prazo, ou seja, que precisa ser quitada em 2020, atingiu R$ 331 milhões. Sendo assim, a entrada prevista de R$ 56 milhões referentes a negociações de ativos não chegará nem a "fazer cosquinha". Os riscos assumidos pelo presidente Carlos Augusto de Barros e Silva foram muito altos, e a tentativa de Raí e Lugano de fazer futebol com baixo custo não se confirmou. Há débitos de quase R$ 90 milhões com empresários que trabalharam em intermediações, e R$ 67 milhões a se quitar referentes a Tiago Volpi, Hernanes, Pablo e Tchê Tchê. Para finalizar, é importante lembrar: neste cenário, ainda qualquer efeito da pandemia de coronavírus é ignorado. Ou seja, a tendência é de um panorama ainda pior a ser descoberto no próximo balanço.

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