"Batalha de Istambul" cometeu a injustiça de impedir Kaká de ter duas Bolas de Ouro
Por Rodrigo Salomao
No dia 25 de maio de 2005, ou seja, há exatos quinze anos, o mundo presenciava uma das partidas mais incríveis da história do futebol. Naquela data, Milan e Liverpool se encaravam em Istambul, Turquia, na decisão da Champions League. Time por time, o favoritismo era muito maior do lado italiano. Mas na hora que o apito final soou, quem se deu melhor foram os ingleses. Para tristeza dos torcedores milanistas, mas sobretudo para Kaká.
Os Reds eram liderados por Steven Gerrard e Xabi Alonso, mas contavam com um plantel de apoio que não mantinha o mesmo nível dos meio-campistas. Já o Milan tinha Pirlo, Seedorf, Maldini, Cafu, Dida, Shevchenko, Crespo e, como já falado, Kaká. E o primeiro tempo demonstrou toda a superioridade que o papel supunha existir. Em 45 minutos, 3 a 0, um gol de Maldini com menos de um minuto de jogo e dois de Crespo. Mas por que falamos tanto do meia brasileiro? Porque ele foi crucial na construção do placar até então.
Embora poucos lembrem disso (já que a recuperação heróica do Liverpool naturalmente tenha roubado os holofotes), o camisa 22 rossonero participou dos três gols de seu time. Foi ele quem sofreu a falta do primeiro gol, depois de um lindo drible pela direita, perto da área. Já no segundo gol, foi ele quem deu uma enfiada com cavadinha e deixou o Sheva livre pra cruzar rasteiro pro Crespo marcar sozinho. Mas foi o terceiro gol em que sua assinatura foi completa. A obra-prima. Um drible de corpo insano ainda na intermediária da defesa para dar um passe milimétrico, a uma distância inimaginável, para Crespo sair na cara de Dudek e ampliar o marcador. Não lembra do lance? A gente traz novamente...
Pois é. Um lindo gol. Depois, com os tentos de Gerrard, Smicer e Xabi Alonso (no rebote de um pênalti defendido por Dida), além das penalidades emocionantes após a prorrogação, ficou difícil gravar na memória a atuação de Kaká. Mas que ele seria um dos favoritos ao prêmio de melhor do mundo daquela temporada caso o Milan se tornasse campeão daquela forma, ah, isso seria. Ronaldinho é quem levou.
Pelo menos o ano de 2007 veio para coroá-lo, assim como vários de seus brilhantes colegas, justamente contra o mesmo Liverpool. O futebol da beleza das viradas também sabe ser cruel. E poético.
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