Brasil perde terceira final olímpica, e sonho do ouro no futebol feminino fica adiado
- Assim como em 2004 e 2008, Seleção não conseguiu superar os Estados Unidos
- Marta foi a campo somente no segundo tempo da partida, mas pouco fez
Por Fabio Utz
Não deu. Não deu para a Seleção Brasileira soltar o grito de campeã no futebol feminino das Olimpíadas de Paris. Na decisão realizada neste sábado (10), no estádio Parque dos Príncipes, deu Estados Unidos. O 1 a 0 levou as representantes da terra do Tio Sam ao lugar mais alto do pódio pela quinta vez na história. Já as sul-americanas seguem sem conquistas, tendo que se contentar com a prata.
O Brasil encarou ass norte-americanas de igual para igual, usando de suas ferramentas para evitar que as principais qualidades da adversária se sobressaíssem. É bem verdade que o time rival conseguiu ter a posse de bola, mas esta não foi tão efetiva assim. Logo no primeiro lance, Ludmila ficou cara a cara com Naeher, mas chutou fraco e facilitou a defesa.
A partir disso, os Estados Unidos até tentaram 'tomar de assalto' o campo de defesa verde-amarelo, obrigando as comandadas de Arthur Elias a abusarem de uma ligação direta que, na maioria das vezes, se mostrou improdutiva. Porém, a partir de determinado momento, a bola passou a rondar com muito mais frequência a área das tetracampeãs olímpicas - a essa altura, Lorena já havia feito importante defesa em arrancada de Swanson. Nos acréscimos da etapa inicial, após cruzamento vindo da direita, Gabi Portilho arrematou sem dominar, e a goleira rival espalmou com estilo.
Veio o segundo tempo, e a Seleção Brasileira se perdeu. A tática não encaixou, e nem o que havia acontecido de bom antes do intervalo se repetiu. Com isso, o domínio norte-americano foi completo. Aos 11 minutos, o balde água fria. Em saída rápida para o ataque, Swanson. lançada nas costas da defesa brasileira, invadiu a área e concluiu cruzado, sem qualquer chance de defesa, e abriu o placar.
Com isso, não restou outra alternativa que não se utilizar da estrela de Marta, até então no banco, para tentar mudar o cenário. Mas não adiantou. As brasileiras, apesar da superioridade em tentativas de ações, não soube o que fazer quando teve a bola em seus pés. Voltou a abusar de lançamentos longos, facilitando a ação da linha defensiva adversária. O resultado disso? Apenas uma chance criada para tentar a igualdade - Adriana, de cabeça, parou em Naeher.
Pela terceira vez na história o Brasil perde uma final olímpica . Pela terceira vez, para os Estados Unidos. A diferença é que, nas anteriores, o duelo chegou até a prorrogação - se vale de consolo, se viu a volta ao pódio depois de 16 anos. O sonho do ouro fica adiado novamente. Quem sabe, para Los Angeles, casa de nossas algozes, em 2028.