Camisa 10 do Werder Bremen, Leo Bittencourt fala sobre volta do clube à Bundesliga e exalta ambiente: 'Time unido'
Por Lucas Humberto
Consideravelmente mais democrática do que em anos anteriores, a Bundesliga segue revelando talentos, consolidando clubes considerados de médio porte e atraindo torcedores e atletas que se apaixonam pelo competitivo futebol praticado na Alemanha. Essas características fazem parte da caminhada de Leonardo Bittencourt, o camisa 10 do Werder Bremen.
Nascido em Leipzig, o meia-atacante de 29 anos dedicou sua carreira inteira ao futebol alemão, desde o início no modesto Energie Cottbus até chegar à Bremen. No meio do caminho, Bittencourt defendeu as cores de Borussia Dortmund, Hannover, Colônia e Hoffenheim. A experiência adquirida ao longo dos anos o tornou um profundo conhecedor do torneio e um rosto familiar das torcidas.
Tamanho entendimento, aliás, ultrapassa as barreiras da elite local. Na última temporada, o Werder Bremen precisou disputar a "segundona" para assegurar o retorno à primeira divisão. Deu certo. Em conversa com o 90min Brasil via Betway, empresa de apostas esportivas e bets, Bittencourt revelou que a mais importante da campanha na Bundesliga II foi exatamente a última. "Na hora que o juiz apitou, a gente conseguiu voltar para a Bundesliga. Ali um ano que foi muito difícil tinha acabado".
Moderado nas expectativas, Bittencourt evita sonhar muito alto ao falar dos próximos passos do clube: "Nosso objetivo é continuar na divisão que estamos para não cair de novo como aconteceu há dois anos. Acabamos de subir, o time é muito unido, fizemos bastante pontos em 15 jogos, mas o foco está mais em fazer nossos pontos para não brigar contra o rebaixamento", detalhou ao 90Min Brasil. A equipe de Leonardo ocupa a nona colocação da Bundesliga, com 21 pontos, seis vitórias, três empates e seis derrotas.
Um Werder Bremen de companheiros e ídolos
Niclas Füllkrug, atacante do Werder Bremen, divide a vice-artilharia da Bundesliga com Marcus Thuram, do Borussia Mönchengladbach. Ambos marcaram 10 gols no torneio nacional. Convocado no apagar das luzes para disputar a Copa do Mundo do Catar, Füllkrug deu um último sopro de esperança para a torcida alemã.
No decisivo duelo contra a Espanha, válido pela fase de grupos do Mundial, o camisa 11 anotou o gol que garantiu o empate entre as gigantes europeias e manteve a Die Mannschaft viva. Pelo menos por mais uma rodada. Durante a entrevista, Bittencourt contou um pouco sobre os bastidores da convocação do companheiro de time.
"A festa foi grande. Ele mereceu. Está jogando bastante, é um jogador muito bom, que joga muito com o físico. Acho que a Alemanha precisava dele. Precisou, na verdade. Foi por pouco tempo, mas eu acho que se ele tivesse mais oportunidades, mais tempo na Copa, acho que ele podia ajudar até mais. Uma pena que saíram cedo, mas para ele eu acho que foi muito legal"
- Leonardo Bittencourt ao 90Min
Saindo um pouco da atualidade e retornando ao passado, Bittencourt recupera a memória de ídolos antigos que passaram pelo Werder Bremen, em especial os brasileiros. "Tem Aílton, Naldo, Diego, tem bastante europeu também. É feito um museu aqui. Tem as taças, as fotos dos jogadores nas paredes, o clube tenta muito relembrar esses caras".
Entre símbolos e futuro
A camisa 10, eternizada pelo Rei Pelé, se tornou um dos grandes símbolos de qualquer clube no planeta. No Werder Bremen, ela pertence a Leonardo Bittencourt. "É muito gostoso [atuar com a 10], pena que eu nunca fui aquele cara que falava: "eu quero jogar com a 10", "quero jogar com a 9". Eu queria jogar futebol", contou.
"Na época o treinador falou que queria me dar a camisa 10 e pra mim foi uma honra ", completou. Entrando em seu 12º ano de carreira profissional na Alemanha, Bittencourt não descarta um processo de mudança de ares. "Se tiver oportunidade, por que não? Eu tive oportunidades de atuar na Inglaterra, na Espanha, em Portugal, mas nunca foi o momento que eu disse 'está na hora de tentar alguma coisa em outro país'", ressaltou.
"Jogar no Brasil seria uma satisfação muito grande. Minha família mora do Brasil e me vê sempre só pela "telinha". Seria muito legal eles me verem num estádio brasileiro, em um Campeonato Brasileiro. Isso depende da hora certa para aparecer uma oportunidade que eu vou falar: 'está na hora de tentar uma outra coisa'", completou. Enquanto a chance não aparece, a Bundesliga segue a todo vapor. Neste sábado, 21, o Werder Bremen visita o Colônia.