Champions Feminina: Barcelona decide título com Lyon na reedição da final de 2019 - veja o que mudou desde então
Por Bia Palumbo
![Alexia e Renard travam duelo particular em Barcelona x Lyon Alexia e Renard travam duelo particular em Barcelona x Lyon](https://images2.minutemediacdn.com/image/upload/c_crop,w_5058,h_2845,x_0,y_123/c_fill,w_720,ar_16:9,f_auto,q_auto,g_auto/images/GettyImages/mmsport/90min_pt-BR_international_web/01g3jbeyvbybww26n0k5.jpg)
Uma das expressões mais usadas no mundo da bola é que o futebol é feito de ciclos. Um exemplo disso pode ser a Champions League Feminina, competição que chega ao fim neste sábado (21), quando Lyon e Barcelona se enfrentam no Allianz Stadium, em Turim (Itália), para decidir quem será o campeão da temporada 2021/22.
A equipe francesa é a maior campeã do torneio, com sete títulos, sendo que cinco deles foram conquistados de forma consecutiva entre 2015/16 e 2019/20. Quem quebrou a hegemonia na última temporada foi justamente o Barça, que superou o Chelsea levantou a taça pela primeira vez na história do clube e do futebol espanhol. Era a segunda vez que o time catalão chegava ao torneio - na anterior perdeu justamente para o maior campeão.
⏪ Previous #UWCL meetings between Lyon and Barcelona...
— UEFA Women’s Champions League (@UWCL) May 20, 2022
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Lyon 4-1 Barcelona (Budapest)
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Lyon 3-1 Barcelona (1st leg 2-1, 2nd leg 1-0)
? Score predictions for tomorrow's #UWCLfinal❓ pic.twitter.com/VU4GV7Zhq3
Até o momento, apenas três jogadoras ganharam a Bola de Ouro, o prêmio de melhor jogadora do mundo, e duas delas estarão em campo. A atual dona do troféu é Alexia Putellas, espanhola que atua no Barça, e na primeira edição quem levou é Ada Hegerberg, do Lyon. E ambas também estiveram naquele 18 de maio de 2019, um dia inesquecível para a norueguesa, autora de um hat-trick na Hungria.
#??? ?? ????: Ada Hegerberg became the first woman to win the #BallonDor?✨#UWCL | @AdaStolsmo ? pic.twitter.com/xAztuu5enM
— UEFA Women’s Champions League (@UWCL) December 3, 2021
Com sete títulos, o Barcelona é o maior vencedor da história da Primeira Divisão Espanhola. No entanto, naquela época era um time da capital que dominava o futebol local. O Atlético de Madrid sagrou-se tricampeão nacional entre as temporadas 2016/17 e 2018/19, sendo que no último outro clube ainda levantou a taça no país, a Real Sociedad, que levou da Copa da Rainha. Então só restou ao Barça o campeonato continental. O cenário no país vizinho era completamente diferente, com a soberania do Lyon na Division 1 ao longo de 14 temporadas, de 2006/07 a 2019/20.
Ambos os finalistas da temporada 208/19 da Champions Feminina estavam invictos, sendo que o Barça chegou com 100% de aproveitamento e o Lyon que já era tricampeão europeu eliminou o Chelsea, semifinalista na temporada anterior.
Quando a bola rolou na Arena de Budapeste, a falta de experiência pesou para a equipe catalã, estreante em decisões continentais, tanto que o rival foi para cima desde o início e fez 2 a 0 em menos de 15 minutos. Para se ter uma ideia, a vantagem das francesas dobrou e o primeiro tempo terminou 4 a 0. Nem mesmo a pausa para o intervalo inspirou uma reação. O volume do Lyon continuou mesmo após as substituições, tanto que ao todo foram 11 finalizações certas contra apenas duas do Barça.
Antes disso, porém, quis o destino que a primeira bola na rede saísse dos pés de Marozsan, a única húngara em campo, mas nunca atuou profissionalmente em clubes do país natal. A camisa 10 deu os primeiros passos na carreira no Saarbrücken, time alemão situado próximo à fronteira com a França, morou quase 10 anos no país e não à toa defende a seleção germânica.
E 2019 foi a melhor temporada de Marozsan em termos de artilharia desde que desembarcou em terras francesas. O mais importante dos 12 gols saiu justamente na terra natal dela, em Budapeste, e demorou apenas cinco minutos para acontecer - um lance de oportunismo ao completar um cruzamento. Tudo começou em um lançamento primoroso do campo de defesa onde a inglesa Lucy Bronze demonstrou visão de jogo ao acionar Van de Sanden no lado direito, um caminho bastante explorado pelo Lyon naquela decisão.
?️? #OTD three years ago ??
— UEFA Women’s Champions League (@UWCL) May 18, 2022
? @OLfeminin beat Barcelona 4⃣-1⃣ in Budapest to lift their fourth consecutive #UWCL title and sixth overall!
Dzsenifer Marozsán gave Lyon the lead, before an incredible @AdaStolsmo first-half hat-trick ⚽️? pic.twitter.com/xk5eqCmMLK
Única brasileira relacionada para aquela finalíssima, Andressa Alves entrou no segundo tempo, porém não conseguiu mudar a realidade da partida. E o gol de honra blaugrana saiu apenas no final do segundo tempo com Oshoala, uma das 14 jogadoras do Barça que estavam naquela final e seguem no clube.
Além da nigeriana, a lista inclui Paños, Gemma, Jana, Melanie, Leila, María León, Marta, Andrea Pereira, Alexia, Aitana, Patri, Pina e Mertens. E nesta temporada elas fizeram bonito: conquistaram o campeonato nacional com quase dois meses de antecedência. São 30 vitórias em 30 rodadas, ou seja, 100% de aproveitamento. E a Tríplice Coroa pode vir ainda porque tem o El Clásico diante do Real Madrid pela semifinal da Copa da Rainha.
Já o Lyon mantém a base do time campeão. No total são 10 remanescentes daquele título: Sarah Bouhaddi, Renard, Buchanan, Mbock, Bacha, Henry, Marozsan, Le Sommer, Hegerberg e Malard.
De lá pra cá o PSG cresceu e inclusive quebrou a série do rival ao garantir o título francês de forma invicta (20 vitórias e dois empates) na última temporada, que teve como destaque a brasileira Luana, a atacante Marie Katoto e Christiane Endler, goleira chilena que foi eleita a melhor do mundo na posição e se transferiu para o Lyon, onde é titular absoluta. A equipe de Paris está viva na luta pelo bicampeonato, porém desta vez tem desvantagem sobre o maior rival - a esperança é o confronto direto no próximo dia 29. Faltam duas rodadas para terminar a competição e a diferença para o líder é de cinco pontos.