Chelsea de Thomas Tuchel se agiganta na temporada e encara Real Madrid de frente na Champions League
Por Lucas Humberto
O retorno de grandes ídolos ao comando dos clubes às vezes não funciona. Uma das maiores provas recentes deste conceito foi Frank Lampard como treinador do Chelsea. Histórico dentro das quatro linhas, ele não conseguiu repetir resultados tão grandiosos na beira do gramado. Sua demissão, no entanto, significou o renascimento dos Blues.
A chegada do estrategista Thomas Tuchel transformou derrotas do clube inglês em eventos raros na temporada. O Chelsea atualmente briga para terminar o Campeonato Inglês no pódio, está na semifinal da Champions League e aguarda seu adversário na final da Copa da Inglaterra, após superar o não tão imparável Manchester City.
O ressurgimento dos Blues na atual campanha passa diretamente pelo trabalho do treinador com seus jovens. Christian Pulisic, meia-atacante do time, por exemplo, demorou a encontrar seu espaço no plantel do alemão, mas aproveitou todas suas oportunidades e, somente no mês de abril, marcou duas vezes sobre o Crystal Palace e foi determinante na classificação para semifinal da Liga dos Campeões, ao superar o Porto. Com mais minutos em campo, o norte-americano vem construindo um belo repertório de técnica apurada.
Outros dois representantes da talentosa geração inglesa são comandadas por Tuchel: Mason Mount e Ben Chilwell. Ambos conquistaram não apenas a titularidade nos Blues, como agradaram os maiores críticos de todos: torcedores.
Quem define?
Se a juventude brilha no Chelsea do treinador alemão, encontrar um definidor nato não parece tão simples assim. Olivier Giroud perdeu espaço e aparece cada vez menos nos Blues. Tuchel tem investido no centroavante Timo Werner, ex- RB Leipzig, mas o jogador não consegue balançar as redes com regularidade e comumente perde gols inacreditáveis.
Entre o dia 15 de março até 03 de abril, Werner esteve presente em sete partidas e conseguiu balançar as redes somente duas vezes pela Premier League. Em contrapartida, o tento que deu a classificação ao Chelsea sobre o Atlético de Madrid veio dos seus pés. O principal problema, nesse caso, é que a irregularidade no momento de decidir custa caro na reta final de competições importantes.
Disputa de gigantes
O status de azarão na Champions League não se encaixa ao Chelsea de Tuchel. Ainda que Real Madrid guarde certo favoritismo, é preciso lembrar que o treinador alemão superou grandes elencos e técnicos nesta temporada, incluindo Diego Simeone, Pep Guardiola, José Mourinho, Jurgen Klopp e Carlo Ancelotti.
A disputa contra Zinédine Zidane na semifinal do torneio continental ganha contornos de um imponente jogo de xadrez com peças do mais alto nível. Experiência e juventude de dois clubes que já venceram a Liga dos Campeões. Vence quem der xeque-mate primeiro. Nesse embate não existem azarões.