Cicinho revela "picuinhas" com Leão durante Libertadores de 2005 e enaltece grupo que garantiu o tri ao São Paulo
Por Fabio Utz
Trocar um clube candidato ao título da Libertadores da América, em meio à competição, para aceitar uma proposta do futebol do Japão é algo meio que inimaginável. Pois o técnico Emerson Leão topou. Deixou o São Paulo durante o torneio de 2005, do qual o Tricolor se sagraria campeão. Só que isso em nada afetou o grupo. Pelo contrário.
"O grupo estava um pouco desgastado com o Leão devido a muitas cobranças, muitas picuinhas. "
- Cicinho, ex-lateral-direito do São Paulo
Durante uma live promovida pela Federação Paulista de Futebol, que faz parte do projeto Paulistão em Casa, em parceria com o 90min, o ex-lateral-direito Cicinho foi bastante claro: não havia motivo algum para o elenco sentir a baixa do seu comandante, até pelo fato de que algumas arestas estavam por ser aparadas.
"Quando ele saiu o grupo não sentiu muito não. Nós temos que ser sinceros. Tinham algumas exigências feitas por parte dele que estavam deixando a desejar. E quando nós recebemos a notícias da saída dele, o grupo agiu com normalidade. Não entendemos, mas sabíamos que o São Paulo contrataria outro grande treinador. Foi o que aconteceu e nós, simplesmente, demos sequência no trabalho", disse.
Na vaga de Leão, o São Paulo colocou Paulo Autuori, que conduziu a equipe a um até então tricampeonato inédito para o futebol brasileiro. "Ele se reuniu com alguns jogadores, como Rogério Ceni e Lugano, e perguntou o que ele faria. E aí o Rogério falou assim: você é o treinador. O time você está vendo como tá jogando. Só dê sequência. E foi o que ele fez. Não tentou mudar nada e, simplesmente, acrescentou." Segundo Cicinho, uma característica do plantel são-paulino ajudou muito durante aquela Libertadores. Era um elenco desprovido de vaidade, no qual cada um sabia o seu papel. Para exemplificar, citou um caso envolvendo Amoroso, que também participou da transmissão. O atacante foi anunciado como reforço quatro dias antes da partida de ida da semifinal, contra o River Plate, e acabou indo para o jogo. "Se fosse um time com vaidade, falaria o que? “Tá de brincadeira...um monte de gente treinando e o cara chegando agora e já quer jogar", destacou o ex-lateral. Fica claro, então, alguns dos motivos que tornaram 2005 um ano mágico para o clube do Morumbi.
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