Clubes brasileiros lembram Dia Nacional da Visibilidade Trans e fazem apelo: "Dignidade e respeito"
- Brasil registrou 145 assassinatos de pessoas trans em 2023
- Data é celebrada há 20 anos, e tem como marco um grande e pioneiro ato realizado em 2004
Por Nathália Almeida
Ano após ano, relatórios e dossiês elaborados por entidades ligadas à causa apontam uma triste realidade que atinge pessoas transexuais e travestis no Brasil: a violência. Segundo o levantamento elaborado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), nosso país registrou 145 assassinatos de pessoas trans em 2023, média de um caso a cada três dias, estatística dolorosa que, infelizmente, coloca o Brasil no topo entre os lugares mais perigosos e inseguros para este grupo minoritário.
Cientes de sua função social e de seu papel transformador na sociedade, importantes clubes do futebol brasileiro utilizaram suas plataformas oficiais nesta segunda (29), data em que se celebra o Dia Nacional da Visibilidade de Pessoas Trans e Travestis, para se manifestar em favor do respeito, da igualdade e da diversidade: "Pessoas trans existem, têm planos de vida, amam, andam pelas ruas, possuem famílias, merecem cuidados, desejam e precisam atuar no mercado de trabalho", escreveu o Bahia, clube conhecido por sua ativa atuação em pautas sociais.
Outro clube da Série A a se manifestar nesta data foi o Fluminense, reforçando seu lema de "Time de Todos" e clamando pelo direito de existir para este grupo ainda tão estigmatizado e marginalizado em nossa sociedade.
Por que celebramos o Dia Nacional da Visibilidade Trans em 29 de janeiro?
No dia 29 de janeiro de 2004, ou seja, há exatos 20 anos, ativistas travestis, transexuais e transgêneros realizaram o lançamento da primeira campanha nacional contra a transfobia no Congresso Nacional em Brasília, contando com o apoio e a parceria do Departamento DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
"Travesti e respeito: já está na hora de os dois serem vistos juntos. Em casa. Na boate. Na escola. No trabalho. Na vida."
- Slogan da campanha em 2004
Este ato se transformou em um verdadeiro marco na luta contra a transfobia e na luta por direitos básicos ainda negados à população trans e travesti, como o acesso humanizado à saúde, educação e ao mercado de trabalho.