Com VAR 'ao lado' em quatro oportunidades, Brasil apenas empata no Equador pelas Eliminatórias
Por Fabio Utz
Em ano de Copa do Mundo, a expectativa naturalmente aumenta. E o Brasil, de certa forma, deixou a desejar em seu primeiro compromisso na temporada. Não tanto pelo resultado, já que a classificação para o Qatar está garantida, mas sim pela falta de produção. Em Quito, a seleção apenas empatou em 1 a 1 com o Equador pelas Eliminatórias.
É verdade que, se alguém queria analisar o rendimento coletivo do time, além de individualidades como Vinicius Junior e Raphinha, por exemplo, ficou prejudicado, além da altitude, por uma sequência incrível de acontecimentos. Agora, mesmo assim, faltou inspiração, e alguns jogadores, como Éder Militão e os próprios avantes, estiveram abaixo da média.
PRIMEIRO TEMPO 'LOUCO'
É difícil ver um tempo de jogo com tantos fatos relevantes como nos primeiros 45 minutos do duelo na capital equatoriana. O Brasil, por exemplo, precisou de apenas cinco minutos para balançar a rede com Casemiro, aproveitando sobra de bola dentro da pequena área. Dez minutos depois, o goleiro Domínguez, por acertar um chute no pescoço de Matheus Cunha, recebeu cartão vermelho direito. Pois aí veio Emerson Royal e, no lance seguinte, ganhou o segundo amarelo - havia tomado o primeiro logo após o apito inicial - e também foi para o chuveiro mais cedo, fazendo com que a seleção não pudesse aproveitar a vantagem numérica.
E olha que poderia ter sido pior. Aos 30, o árbitro Wilmar Roldán chegou a dar vermelho para Alisson por falta semelhante àquela cometida pelo arqueiro rival. Porém, ao revisar o lance no VAR, trocou o cartão e deixou o goleiro canarinho só com o amarelo, pois ele tocou primeiro na bola. Se não bastasse isso, para recompor o sistema defensivo, Tite precisou abrir mão do armador Philippe Coutinho para a entrada de Daniel Alves.
'LOUCURA' SEGUE NA ETAPA FINAL
Se a gente disser para você que o segundo tempo foi quase tão louco quanto o primeiro você acredita? Pois então...aos três minutos Estupiñán chegou a balançar a rede, mas para a sorte do Brasil a bola cruzou a linha de fundo no lance. Logo em seguida, aos dez, mais uma vez o vídeo esteve a favor de Tite e companhia, pois um pênalti de Raphinha no próprio Estupiñán, marcado em campo por Roldán, foi anulado depois de o árbitro ir à tela acompanhar os detalhes - realmente não houve falta.
No entanto, só de VAR não vive uma seleção. A equipe parecia querer dar chance para o azar, e Félix Torres, em cobrança de escanteio, tratou de deixar tudo igual ao se antecipar a Casemiro e cabecear livre para a meta de Alisson. A essa altura, Raphinha e Vinicius Junior já haviam deixado o gramado (para as entradas de Antony e Gabriel Jesus), e Gabigol acabou chamado para tentar fazer com que o placar voltasse a ser favorável - entrou no lugar de Matheus Cunha. Não foi possível, e a loucura acabou mesmo em 1 a 1 depois que, nos acréscimos, um pênalti e uma nova expulsão de Alisson não foram consumados, também, pela ajuda do VAR.
Na próxima terça-feira, a seleção volta a campo para encarar o Paraguai. O duelo, a partir das 21h30min, será no Mineirão, em Belo Horizonte.