Como era o Brasil na última vez em que seu time entrou em campo
Por Fabio Utz
O final de semana de 14-15 de março foi o último com futebol no Brasil. Sim, os clubes do país estavam em meio aos Estaduais, Copa do Brasil e Libertadores da América quando tudo parou. A pandemia de coronavírus, que assola o mundo, fez a bola deixar de rolar.
A falta que o esporte causa é impressionante. Parece que as horas não passam. E mais: tanta coisa aconteceu neste quase um mês e meio que a imagem que temos é que o futebol deixou de fazer partida da nossa rotina há muito tempo. Aliás, você se lembra de como o país andava na última vez em que seu time entrou em campo? Pois a gente trata de alimentar essa memória...
O dólar
No dia 13 de março, o dólar comercial fechou em R$ 4,81. Pois tudo começou a mudar e, três dias depois, ele era cotado a R$ 5,04. Um valor muito inferior aos incríveis R$ 5,56 atuais.
O ministro
Sérgio Moro era o inquestionável do governo brasileiro. Símbolo de combate à corrupção no país, hoje é defenestrado por boa parte daqueles que o apoiavam. E mais: está fora do governo de Jair Bolsonaro.
O dia a dia
O direito de ir e vir é um dos mais sagrados da constituição federal, e sempre foi respeitado. Atualmente, o que se discute são eventuais multas a quem estiver na rua, sem contar as prisões arbitrárias de caminhantes em ambientes públicos.
As máscaras e o álcool gel
É de se duvidar quem tinha esses dois itens como objetos de desejo. Pois agora eles são buscados a qualquer custo, em qualquer lugar. E o já pouco dinheiro existente se esvai...
As reuniões de trabalho
Quem aí nunca botou aquela roupa especial para ir conversar com um cliente, fechar contrato etc? Pois agora o Zoom substitui os encontros presenciais e se torna ferramenta essencial para botar os assuntos importantes em pauta. Afinal, encontro presencial é algo do passado (será?).
O Big Brother Brasil
Quem aí imaginava que o principal reality show do país se tornaria alvo de disputas épicas nas redes sociais, com formação de torcidas e tudo mais? Sem contar as vibrações públicas em cada eliminação ou, no caso da última segunda-feira, com a proclamação de Thelma como a grande vencedora. Antes, era mais um programa de televisão (odiado por muitos e amado por outros tantos). Nos últimos tempos, virou a grande diversão do povo.
As lives
O povo vai ficar mal acostumado. Antes, pagava fortunas por um ingresso para ver seu ídolo cantar. E tinha até briga de clube com a administradora de seu estádio a respeito de datas concomitantes entre jogos e apresentações artísticas. Agora não precisa mais tudo isso. É só entrar no Instagram que, volta e meia, tem um show ao vivo de dentro da casa do famosão mesmo. As músicas são as mesmas...
A casa
Antes, a nossa casa era “só” a nossa casa. Agora, é tudo. Até quando?