Coutinho merece outra chance na seleção, mas precisa escalar degraus
Por Lucas Humberto
De volta à seleção brasileira após um ano, Philippe Coutinho reencontra seus velhos companheiros num cenário completamente diferente do que deixou. Se antes o meia tinha status de titular absoluto, hoje ele sequer aparece entre os cotados para começar jogando. Em baixa no Barcelona, o retorno de jogador de 29 anos diz muito mais sobre tentativas do que erros. Ele vestiu a amarelinha pela última vez em 13 de outubro de 2020, na vitória por 4 a 2 sobre o Peru.
A história desse novo capítulo pode ser contada através de reações. Da torcida, da imprensa e nas entrelinhas. Pouquíssimas pessoas foram capazes de entender a motivação de Tite, afinal, o momento não deveria ser decisivo para escolher quem irá representar a seleção? Acontece que todos os caminhos levam ao Catar.
Tite não é bobo - muito menos ingênuo. Ele sabe que os brasileiros têm o Barcelona no radar e tinha pleno conhecimento dessa repercussão. E mesmo assim decidiu apostar. Se estivéssemos numa corretora de valores, o técnico da canarinho escolheria um investimento de baixo risco, aqueles nos quais quase não existe a possibilidade de perder dinheiro.
Faltando quase um ano para a Copa do Mundo, tentar reabilitar jogadores que, sim, podem ser importantes futuramente não é nenhum pecado capital. Excesso de cautela? Talvez, uma vez que bons concorrentes da posição não faltam. No entanto, descartar Coutinho sem ao menos lhe oferecer a chance de recuperação seria cruel. Para dizer o mínimo.
A titularidade seria equivocada para todos os lados. Absolutamente ninguém se beneficiaria de um possível e não-merecido status de absoluto perante ao restante do grupo. Nem mesmo o próprio Coutinho. Contudo, se apoiar na segurança de outrora para vislumbrar o futuro nunca ofendeu ninguém. Desde que Tite não tente repetir o passado.
Brasil e Colômbia duelam nesta quinta-feira (11), às 21h30 (de Brasília). A partida, válida pela 13ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo, terá a Neo Química Arena, em São Paulo, como palco.