As campanhas vencedoras de clubes brasileiros na Conmebol Libertadores
- Santos, São Paulo, Grêmio, Flamengo e Palmeiras são os maiores vencedores entre os times do país
- Fluminense venceu o título em 2023
Por Antonio Mota
A Conmebol Libertadores é a maior e mais importante competição de clubes da América do Sul e, nela, todos buscam a Glória Eterna. No Brasil, não “pegou” de primeira, sofreu resistência e foi até mesmo negligenciada em algumas temporadas, sendo inclusive renegada em três delas, entre meados dos anos 1960 e o início da década 1970, mais precisamente em 1966, 1969 e 1970. O tempo passou e, entre os anos 1980 e 1990, isso começou a mudar.
Na segunda metade do século passado, muito por conta do sucesso de algumas equipes, como o do Flamengo de 1980 e o do São Paulo de 1990, e da repaginada da própria Copa – houve melhorias na premiação, na logística, no controle antidoping, nas transmissões de TV etc. –, os clubes do “País do Futebol” passaram a enxergar a Libertadores com o carinho e a dimensão que ela merece. E, num instante, virou o objetivo da temporada, o sonho maior, o alvo de cada equipe... Virou obsessão.
Então, com mais times e torcidas tupiniquins interessados, a Libertadores ganhou corpo no território brasileiro e os campeões começaram a aparecer. De 1960 até 1992, o Brasil ergueu apenas seis troféus do torneio, incluindo o primeiro do Tricolor Paulista, em 1992. De lá para cá, foram mais 16 conquistas, as quais colocaram o país na cola da Argentina na corrida pelo posto de nação com mais títulos do principal torneio do continente (21 a 25).
A seguir, relembre e conheça mais de todas as 23 campanhas vencedoras dos brasileiros na Conmebol Libertadores.
23. Santos – Conmebol Libertadores – 1962
O Santos não foi o primeiro clube do Brasil a participar da Libertadores, mas o Peixe foi o primeiro a quebrar a hegemonia em vigor do Uruguai e conquistar a Glória Eterna. Em 1962, após vencer o Campeonato Brasileiro de 1961 – então chamado de Taça Brasil –, o Alvinegro Praiano de Pelé, Coutinho, Pepe, Mengálvio e cia ganhou o direito de participar da maior competição da América do Sul e assim o fez. E em grande estilo.
Na primeira fase, acumulou três vitórias e um empate. Saiu invicto diante de Deportivo Municipal-BOL e Cerro Porteño-PAR e com um belo saldo de gols: 14 – marcou 20 tentos e levou apenas seis. Já nas semis, encarou a Universidad Católica, do Chile, e saiu ileso: empatou na ida em 1 a 1 e, na volta, venceu por 1 a 0.
Nas finais, o Peixe enfrentou o tradicional e já bicampeão continental Peñarol e precisou de três partidas para ficar com o troféu: venceu o primeiro jogo (2 a 1), perdeu o segundo (3 a 2) e “brincou” no último: 3 a 0. Assim, o Brasil e o Santos conquistaram a primeira Libertadores.
22. Santos – Conmebol Libertadores – 1963
O Santos de Pelé também foi o primeiro bicampeão brasileiro da Libertadores. Em 1963, o Peixe voltou ao principal torneio sul-americano e entrou direto nas fases mais agudas, já que havia sido campeão na edição anterior – era o que previa o regulamento da época.
Com a vida facilitada por ter entrado direto nas semis, o Alvinegro do litoral de São Paulo fez valer o favoritismo e não desperdiçou a oportunidade. Em campo, se deparou com outra potência da época: o Botafogo de Garrincha, num duelo naturalmente histórico por ser o primeiro entre duas equipes do Brasil.
O Peixe levou a melhor. Após empate em 1 a 1 na ida, Pelé entrou em ação, marcou um hat-trick e brilhou na goleada por 4 a 0 diante do rival do Rio de Janeiro. Um passeio em pleno Maracanã.
Em seguida, o Santos se deparou com o temido Boca Juniors, da Argentina, na final e mostrou sua força vencendo os dois jogos: 3 a 2 no Maraca e 2 a 1 na Bombonera, onde comemorou o título. Com o 5 a 3 no agregado, o troféu da Libertadores continuou na Vila Belmiro.
21. Cruzeiro – Conmebol Libertadores – 1976
Após o bi do Santos, o Brasil ficou na fila por 13 anos antes de voltar a conquistar a América. Mais de uma década depois, em 1976, o Cruzeiro de Jairzinho, Palhinha, Joãozinho, Nelinho e companhia explodiu para recolocar o País do Futebol no topo do continental. E para ficar com a taça, precisou superar muitos obstáculos, inclusive uma grande tragédia com a morte do atacante Roberto Batata, em um acidente de carro.
Em campo, a Raposa foi soberana e fez uma campanha espetacular, com 11 vitórias, um empate e apenas uma derrota em 13 partidas. Além disso, ficou com um saldo muito positivo de 29 gols – anotou 46 e sofreu 17.
Na primeira fase, o tradicional time de Minas Gerais encarou um grupo com Internacional, Luqueño-PAR e Olimpia-PAR. Saiu com cinco triunfos e um empate. Vale destacar a vitória por 5 a 4 diante do Colorado, no Mineirão, na primeira rodada, em um jogo eterno entre brasileiros na maior copa sul-americana.
Já no mata-mata, o Cruzeiro caiu na chave contra LDU, do Equador, e Alianza, do Peru, e massacrou os concorrentes. Venceu todos os jogos, com direito até a 7 a 1 nos peruanos. Assim, a Celeste se classificou com tranquilidade para a final, onde se deparou com o River Plate, da Argentina. Os “Milionários” dificultaram e mostraram resistência, mas sucumbiram após derrota no terceiro jogo.
A América do Sul foi pintada de azul celeste pela primeira vez...
20. Flamengo – Conmebol Libertadores – 1981
O Flamengo marcou época dentro e fora do Brasil na década de 1980, quando colecionou taças do Carioca, do Campeonato Brasileiro e da Libertadores, além do Mundial de Clubes, e encantou o planeta bola com Zico, Adílio, Andrade, Júnior e cia. O auge foi 1981. Naquela temporada, o Rubro-Negro rompeu fronteiras e viveu um dos anos mais mágicos de sua centenária história.
Campeão do Brasil em 1980, o Mais Querido chegou como um dos favoritos à Libertadores do ano seguinte. Na copa, o clube caiu no Grupo 3, com Atlético-MG, Olimpia e Cerro Porteño. Os representantes brasileiros empataram em pontos e, por isso, disputaram uma partida de desempate, na qual, em meio a polêmicas, o Fla levou a melhor e ficou com a vaga.
Já no triangular das semifinais, o time do Rio de Janeiro se deparou com o Deportivo Cali, da Colômbia, e o Jorge Wilstermann, da Bolívia, e venceu todos os jogos, algo que o deu ainda mais confiança para a final diante do Cobreloa, do Chile. Na decisão, o Fla venceu a primeira (2 a 1), perdeu a segunda (1 a 0) e ganhou a terceira: 2 a 0, com gols do Galinho.
O resto é história, música e ingleses na roda...
19. Grêmio – Conmebol Libertadores – 1983
O Grêmio entrou na década de 1980 disposto a reencontrar o caminho das vitórias. Após muitos baques nos anos 1970, o Tricolor Gaúcho se movimentou, montou um bom elenco e decidiu dar saltos maiores. E não apenas dentro do Rio Grande do Sul. Ao contrário. Em 1981, conquistou o Campeonato Brasileiro e, em 1982, bateu na trave: ficou com o vice. Vice esse de grande importância, já que o garantiu na Libertadores do ano seguinte.
Em 1983, o Tricolor Gaúcho chegou ao principal palco do futebol da América do Sul com um objetivo claro: conquistar o continente no ano do seu 80º aniversário. Com esse foco, o Imortal mostrou sua força e logo na primeira fase foi implacável, conquistando cinco vitórias e um empate no grupo com Flamengo, Blooming e Bolívar, ambos da Bolívia.
Classificado, o clube suou no triangular das semifinais diante de América de Cali, da Colômbia, e Estudiantes de La Plata, da Argentina. Em campo, venceu um jogo contra cada um dos adversários, perdeu para os colombianos e, no último duelo, empatou com os argentinos para garantir vaga na grande decisão diante do tradicionalíssimo Peñarol – já tetracampeão da Libertadores e tri do Mundial.
Na final, o Grêmio conseguiu uma façanha ao empatar em 1 a 1 no Estádio Centenário, em Montevideo, no Uruguai. Já na volta, com o bom resultado na bagagem, contou com o apoio de um Olímpico lotado para vencer por 2 a 1 e ficar com a taça. Até hoje o dia 28 de julho de 1983 é lembrado pelos gremistas...
18. São Paulo – Conmebol Libertadores – 1992
Quando a história não se repetiu... Dezoito anos após emplacar a sua primeira grande participação na história da Libertadores, em 1974, quando perdeu a final para o Independiente, da Argentina, o São Paulo voltou a voar alto na América do Sul. Naquela temporada de 1992, o Tricolor do Morumbi deixou traumas para trás e foi eliminando os adversários um a um até erguer o troféu e parar a ‘cidade que nunca dorme’.
À época, o Soberano entrou no torneio com o pensamento de outros anos e, com time misto e privilegiando o Campeonato Paulista, não largou nada bem: sofreu um 3 a 0 do Criciúma. Na sequência, após convencer Telê Santana – o eterno Mestre que se tornara referência e símbolo da Libertadores no Brasil –, mudou de ideia e o jogo virou: acumulou três vitórias e dois empates no grupo que ainda tinha o San José e o Bolívar, da Bolívia.
Com os bons resultados, o São Paulo se classificou para as oitavas de final e venceu os dois jogos diante do Nacional, do Uruguai: 1 a 0 e 2 a 0. Ileso, avançou às quartas e deu novo troco no Criciúma: venceu a ida por 1 a 0 e empatou em 1 a 1 na volta, garantindo a vaga. Nas semis, levou um susto, mas avançou pelo placar agregado ante o Barcelona de Guayaquil: 3 a 2 – ganhou por 3 a 0 em casa e, depois, levou um inesperado 2 a 0 no Equador.
O São Paulo, então, chegou à segunda final de Libertadores de sua história, na qual se deparou novamente com uma equipe argentina: o Newell's Old Boys. O resultado, porém, foi diferente. Após revés por 1 a 0 fora do Brasil, o Tricolor utilizou a força do Morumbi para igualar o marcador e levar a decisão para os pênaltis, onde Zetti brilhou e garantiu o caneco para o time vermelho, branco e preto.
17. São Paulo – Conmebol Libertadores – 1993
O São Paulo foi o segundo clube do Brasil a conquistar duas Conmebol Libertadores seguidas, em 1992 e 1993 – o primeiro foi o Santos da década de 1960. Dono da América (e do mundo) em 1992, o Tricolor chegou motivado e confiante à principal copa sul-americana no ano seguinte, quando conseguiu feito raro e defendeu o posto de melhor clube do continente.
Naquele ano, em 1993, o clube do Morumbi não precisou participar da fase de grupos da Libertadores, já que era o campeão em vigor. Assim, entrou direto nas oitavas de final e logo de cara se deparou com o adversário da final da temporada anterior: o Newell's Old Boys, da Argentina. E até encontrou resistência: perdeu por 2 a 0, em Rosário. Na volta, no entanto, venceu por 4 a 0 e se classificou sem maiores problemas.
Já nas quartas de final, o São Paulo enfrentou o Flamengo e levou a melhor, empatando em 1 a 1 na ida e, na volta, vencendo por 2 a 0. O resultado colocou o time nas semis, onde superou o Cerro Porteño, do Paraguai, de forma simples: 1 a 0 no agregado. Com o resultado positivo, chegou à tão aguardada final e exerceu o favoritismo: goleou a Universidad Católica, do Chile, por 5 a 1 no Morumbi e praticamente garantiu o troféu.
A UC, como é conhecida no solo chileno, até venceu (2 a 0) dentro do seu território, mas não conseguiu reverter o placar. A América, então, continuou sob os cuidados do São Paulo.
16. Grêmio – Conmebol Libertadores – 1995
A década de 1990 foi de grandes emoções para os adeptos do Grêmio. Após o sucesso dos anos 1980, quando conquistou do Estadual ao Mundial, o Tricolor Gaúcho entrou em uma maré de azar e foi duramente golpeado com o rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 1991. Em baixa, o clube buscou forças em suas origens, se recuperou e preparou terreno para novas grandes conquistas.
Já de volta à elite do futebol do país, o Imortal superou adversários tradicionais e conquistou a Copa do Brasil, em 1994. O troféu, além da confiança, o deu uma vaga na Libertadores do ano seguinte... E foi aí que começou a campanha do bi. Em 1995, o Grêmio participou do Grupo 4 da copa, com Palmeiras, Emelec e El Nacional, ambos do Equador, e somou 11 pontos – três vitórias, dois empates e uma derrota.
Na etapa seguinte, o Tricolor enfrentou o Olimpia e não encontrou dificuldades, fechando o confronto com o placar agregado de 5 a 0. A classificação o colocou novamente no caminho do Palmeiras e aí a América parou. No Olímpico, o Imortal mostrou autoridade e goleou por 5 a 0. O sonoro placar, no entanto, quase não foi o suficiente para liquidar a classificação, já que o Verdão conseguiu emplacar um 5 a 1 no jogo de volta, em São Paulo.
Apesar do susto, o Grêmio garantiu vaga nas semis, onde se deparou com outro rival conhecido: o Emelec. A equipe do Equador conseguiu resistir e segurar um empate em casa, mas sucumbiu no Brasil: 2 a 0 para o clube porto-alegrense. Finalista, o Tricolor disputou a grande decisão contra o Atlético Nacional, da Colômbia. Em casa, venceu por 3 a 1 e, em Medellín, empatou em 1 a 1. Foi a redenção completa do Imortal.
15. Cruzeiro – Conmebol Libertadores – 1997
História de filme! O Cruzeiro foi protagonista de uma campanha inacreditável na Libertadores de 1997. Campeão da Copa do Brasil de 1996, a Raposa iniciou a temporada focada em conquistar a América novamente, mas acabou não conseguindo os resultados logo de imediato: tanto que precisou mudar de treinador, melhorar a parte física e ajustar “tudo” com o calendário em curso. O sinal de alerta tocou forte no Mineirão.
Em baixa e pressionado, o clube de Minas Gerais perdeu os três primeiros jogos no Grupo 4 da Libertadores: para Grêmio, em casa, Alianza Lima e Sporting Cristal, ambos em Lima, no Peru. A virada de chave aconteceu justamente no quarto compromisso, contra o Imortal, quando venceu por 1 a 0, no Olímpico. Depois, emplacou mais dois triunfos e garantiu uma vaga improvável para o mata-mata.
Já na fase mais aguda, o Cruzeiro seguiu superando os adversários na raça e na vontade. Nas oitavas de final, eliminou o El Nacional, do Equador, nos pênaltis. Nas quartas de final, reencontrou o Grêmio e levou a melhor mais uma vez: venceu em BH por 2 a 0 e, em Porto Alegre, perdeu por 2 a 1 – passando pelo agregado: 3 a 2.
A Raposa voltou à marca da cal na etapa seguinte, nas semifinais, no duelo diante do Colo-Colo, do Chile. Nos 180 minutos de bola rolando, o confronto acabou 3 a 3 – vitória simples (1 a 0) da Raposa na ida e triunfo chileno por 3 a 2 na volta. Dida brilhou nos pênaltis e defendeu duas cobranças, ajudando a Celeste a vencer por 4 a 1. Assim, o clube azul voltou à finalíssima da Libertadores.
O Cruzeiro se esbarrou novamente com o Sporting Cristal, do Peru, na decisão. Na primeira mão, em Lima, os times não conseguiram ir às redes: 0 a 0. Já na volta, Elivélton fez a diferença para a Celeste, vazou o adversário na etapa final e surpreendentemente garantiu o bi da Raposa na Libertadores.
14. Vasco – Conmebol Libertadores – 1998
O Vasco chegou à Conmebol Libertadores de 1998 com a moral nas alturas após a conquista do Campeonato Brasileiro da temporada anterior. Na ocasião, o Cruzmaltino vivia dias de felicidade e sequer sonhava com os percalços que passaria no século seguinte. Dentro das quatro linhas, fez bonito, superou obstáculos, deixou clubes gigantescos pelo caminho e atingiu o ápice de uma época de ouro.
Na primeira etapa, o Gigante da Colina participou do Grupo 2 e mediu forças com Grêmio, América e Chivas, ambos do México. E não engrenou logo de primeira, somando apenas um ponto nos três primeiros jogos: perdeu para o Imortal e para o América e, depois, empatou com o Chivas. Em seguida, porém, foi implacável e acumulou mais dois triunfos e um empate antes do mata-mata.
Com a vaga, o Vasco não perdeu o ritmo no estágio mais decisivo da competição e deixou rivais poderosos pelo caminho: eliminou o Cruzeiro nas oitavas de final, o Grêmio nas quartas e, nas semis, o tradicionalíssimo River Plate, da Argentina, num duelo que virou até música: “Gol do Juninho, monumental...”. E detalhe, despachou todos no tempo regulamentar, sem a necessidade de pênaltis.
O Vasco, então, chegou à final da Libertadores e não deu chances ao Barcelona de Guayaquil, do Equador. Venceu os dois jogos (2 a 0 em São Januário e 2 a 1 em Guayaquil) e se tornou o segundo clube do Rio de Janeiro a conquistar a Glória Eterna. Histórico!
13. Palmeiras – Conmebol Libertadores – 1999
O Brasil tomou conta da América na última década do século passado, quando conquistou seis das dez edições da Libertadores entre 1990 e 1999. Após os já citados São Paulo (1992 e 1993), Grêmio (1995), Cruzeiro (1997) e Vasco (1998), o Palmeiras foi quem assumiu o bastão e reivindicou o posto de melhor clube do continente. Ali, então, foi plantada a semente definitiva da obsessão da equipe pela Glória Eterna.
Em 1999, o Alviverde dividiu o Grupo 3 da Libertadores com Corinthians, Cerro Porteño e Olimpia, ambos do Paraguai. Na estreia, encarou o arquirrival no primeiro Derby Paulista da história do torneio e levou a melhor: venceu por 1 a 0. Nos cinco jogos restante, conseguiu mais duas vitórias, um empate e duas derrotas – uma para o próprio Timão, por 2 a 1, no Morumbi, em um confronto que marcou o início da ascensão do goleiro Marcos.
Com esses resultados, o Palmeiras avançou ao mata-mata e não teve vida fácil, se deparando logo de cara com o Vasco, então campeão do torneio. Em casa, ainda no Palestra Itália, o Verdão não conseguiu construir um bom placar e ficou apenas no empate em 1 a 1. Na volta, no entanto, o clube foi letal e venceu por 4 a 2 para sacramentar a classificação em pleno Rio de Janeiro.
Já nas quartas de final, o Alviverde (re)encontrou outro time do Brasil: o arqui-inimigo Corinthians. E só conseguiu a vaga nos pênaltis, com o “São Marcos” se tornando uma realidade. Após o triunfo no Derby, o clube avançou afiado às semifinais e despachou o River Plate, da Argentina, com um placar agregado de 3 a 1 – perdeu por 1 a 0 no Monumental de Núñez e venceu por 3 a 0 no Palestra Itália.
O Palmeiras enfrentou o Deportivo Cali, da Colômbia, na finalíssima daquela Libertadores e, após persistência do 2 a 2 durante os 180 minutos e sofrida disputa de pênaltis, tratou de se livrar de quaisquer traumas pelos vices de 1961 e 1968. A América foi pintada de verde.
12. São Paulo – Conmebol Libertadores – 2005
O São Paulo foi o primeiro clube do Brasil a conquistar a Conmebol Libertadores no século XXI, em 2005. Após mais de dez anos do Bi e do vice de 1994, o Tricolor Paulista voltou ao topo do esporte na América e, de quebra, se tornou o primeiro tricampeão brasileiro da história da copa. E mais, também acabou com um jejum de seis anos do “País do Futebol” na principal competição de times fora da Europa.
Dentro de campo, o clube do Morumbi brilhou desde a etapa inicial, passando invicto pela fase de grupos. O São Paulo participou do Grupo 3 daquela Libertadores e não deu chances aos concorrentes, saindo com três vitórias e três empates na chave com Universidad de Chile, Quilmes, da Argentina, e The Strongest, da Bolívia.
No mata-mata, o Tricolor também foi “soberano” e só perdeu um jogo até a final. Passou ileso pelo Palmeiras nas oitavas de final, com duas vitórias (1 a 0 e 2 a 0), e não encontrou grandes resistências nas etapas seguintes, quando eliminou o Tigres-MEX (quartas de final) e o River Plate (semis). O clube do México foi o único que conseguiu bater o São Paulo naquela edição da Libertadores.
Com uma campanha quase perfeita, o São Paulo se deparou e “atropelou” o Athletico-PR na grande decisão do torneio. Após 1 a 1 na primeira mão, o Soberano venceu o Furacão por 4 a 0 e confirmou o Tri, esse festejado aos gritos de “Telê, Telê" no Morumbi.
11. Internacional – Conmebol Libertadores – 2006
Após o contestado vice no Campeonato Brasileiro de 2005, marcado como o mais polêmico e escandaloso da era dos pontos corridos, o Internacional colocou um ponto final nas expectativas e conseguiu sair da fila de 13 anos afastado da Conmebol Libertadores. Na temporada seguinte, em 2006, então, o Colorado voltou ao principal torneio de clubes da América do Sul.
E assim o fez em grande estilo. Na fase de grupos, o Colorado deixou o nervosismo e a “inexperiência” de lado e sobrou no Grupo 6, passando como líder isolado e implacável da chave. O time vermelho emplacou quatro vitórias e dois empates em seis jogos no bloco com Nacional, do Uruguai, Unión Maracaibo, da Venezuela, e Pumas UNAM, do México.
Com o Beira-Rio ao seu favor, o Inter também não fraquejou na fase mais aguda da Libertadores. Apesar dos sustos, o clube foi deixando adversários pelo caminho: eliminou o próprio Nacional nas oitavas, a LDU nas quartas e o Libertad, do Paraguai, nas semis. Nesta última batalha antes da final, aliás, o Colorado ainda espantou um fantasma, o qual o perseguiu durante 17 anos desde a eliminação nas semis de 1989 para o também paraguaio Olimpia.
Assim, com capítulos fechados, “assombrações exorcizadas” e focado em acabar com a soberania do arquirrival Grêmio, então único representante do Rio Grande do Sul a ter alcançado a Glória Eterna, o Internacional voltou à final continental (primeira vez em 26 anos) e se deparou com o “time do momento” no Brasil e na América: o São Paulo.
Os jogos foram duros, mas o bom resultado no Morumbi fez a diferença. Com dois de Rafael Sóbis, o Inter venceu por 2 a 1. Na volta, 2 a 2 e festa das arquibancadas do Beira-Rio às ruas de Porto Alegre.
10. Internacional – Conmebol Libertadores – 2010
Quatro anos depois de sentir o doce sabor da conquista da América, o Internacional reencontrou o caminho para a Glória Eterna. Em 2010, o Colorado de Celso Roth, Giuliano e cia encarou e levou a melhor contra escudos pesados, altitude, velho conhecido de 2006 e diversas outras adversidades antes de soltar o engasgado grito de “bicampeão do continente” da garganta.
Naquela temporada, o Inter repetiu o feito de meados dos anos 2000 e também passou intacto pela fase de grupos. Foram três vitórias e três empates no Grupo 5, o qual dividiu e saiu em vantagem contra Cerro, do Uruguai, Deportivo Quito e Emelec, da Venezuela. Com os bons resultados, o clube carimbou vaga novamente para o maior mata-mata do solo latino.
A caminhada vermelha na etapa eliminatória da Libertadores não começou bem. Nas oitavas de final, o Inter levou 3 a 1 do Banfield, da Argentina, e quase se despediu do torneio, mas não desistiu e venceu por 2 a 0 no Beira-Rio para ficar com a vaga. Já nas quartas, novo susto e classificação garantida apenas na reta final da partida de volta contra o Estudiantes, fora do Brasil, após derrota por 2 a 1 – a ida acabou 1 a 0 para o time porto-alegrense.
Após sofrer diante dos rivais da Argentina, o Inter esbarrou com um coirmão brasileiro nas semifinais e passou por uma autêntica “final antecipada” antes de dar os últimos passos rumo ao olimpo do futebol sul-americano. Reeditando a finalíssima de 2006, o Colorado mediu forças com o São Paulo e mais uma vez obteve sucesso: vitória por 1 a 0 no Beira-Rio e derrota por 2 a 1 no Morumbi, passando pelo chamado “gol fora”.
Com a moral elevada e apontado como favorito, o Internacional travou duas grandes batalhas contra o Chivas Guadalajara, do México, e levou a melhor nos dois jogos – vitórias por 2 a 1 e 3 a 2. Assim, conquistou o bicampeonato e deu início a uma década de sucesso do Brasil na copa.
9. Santos – Conmebol Libertadores – 2011
O Santos é realmente um clube diferente, especial. Há pouco mais de uma década, em 2011, o Alvinegro Praiano encantou o Brasil e a América do Sul com muita ousadia e alegria. Na Libertadores, foi letal, superou momentos turbulentos e com Neymar, Paulo Henrique Ganso e cia voltou a levantar o troféu mais cobiçado do continente. Foi o Tri! E sob os olhares do Rei Pelé, protagonista nas campanhas de quase 50 anos no passado.
Naquela temporada, o Peixe não começou bem o ano e sofreu no Grupo 5 da Libertadores. Nos três primeiros jogos, somou apenas dois pontos diante de Deportivo Táchira (0 a 0), Cerro Porteño (1 a 1) e Colo Colo – derrota por 3 a 2. Assim, chegou pressionado aos duelos de volta e quase foi eliminado, mas não era isso que o destino tinha reservado. O Santos, então, reagiu e engatou três vitórias para avançar ao estágio mais decisivo da copa.
Já nos estágios mais agudos, o time do então “menino Neymar” e de Muricy Ramalho também encontrou dificuldades, passando com placares apertados em todos os confrontos antes da final: nas oitavas, despachou o América-MEX; nas quartas, o Once Caldas; e nas semis, o Cerro Porteño. Vale lembrar que todos os representantes do Brasil, salvo o Peixe, caíram nas oitavas de final em 2011, em noite conhecida como a mais triste da história do país no torneio.
O Santos, então, chegou à finalíssima da Libertadores e reencontrou um rival de longa data: o Peñarol, do Uruguai, com quem disputou a decisão de 1962. Pelé não entrou em campo, mas viu das arquibancadas do Pacaembu o Peixe ser superior e confirmar o Tri após vitória por 2 a 1 – o primeiro jogo acabou 0 a 0, no Centenário. Festa no Alçapão!
8. Corinthians – Conmebol Libertadores – 2012
O Corinthians adentrou na Libertadores de 2012 disposto a acabar com a marca negativa de ser o único entre os quatro grandes clubes de São Paulo a nunca ter alcançado a Glória Eterna. Naquela temporada, o Alvinegro de Tite e “poucas estrelas” entrou na copa sem ser apontado como favorito, mas pouco a pouco foi superando barreiras e caminhando rumo ao inédito título... E foi "ao estilo Timão".
Há dez anos, o clube da Fiel representou o Brasil no Grupo 6 e competiu contra Cruz Azul, do México, Nacional, do Paraguai, e Deportivo Táchira, da Venezuela. Em campo, foi inexorável e acabou na liderança da chave após quatro vitórias e dois empates em seis jogos. Vale destacar, além dos bons resultados, que o Timão enfrentou altitude, partida com casa cheia mesmo atuando longe de São Paulo e que até ganhou dos venezuelanos por 6 a 0.
Se na fase inicial o Timão “sobrou”, no mata-mata a situação mudou e o clube passou por poucas e boas. Nas oitavas de final, encarou o Emelec e, apesar dos sustos, nada fora do comum: 3 a 0 no agregado. Já nas quartas, o Corinthians se deparou com o Vasco e passou por frenesi de emoções durante os 180 minutos, garantindo a vaga apenas no jogo de volta e com Cássio operando milagres. O 1 a 0 foi o suficiente. Depois, enfrentou o Santos e levou a melhor após triunfo 1 a 0 e empate 1 a 1.
Com esses resultados, o Corinthians deu um salto inédito em sua história e chegou pela primeira vez em uma final de Libertadores. E, claro, não perdeu a oportunidade: superou o tradicional Boca Juniors, da Argentina, e conseguiu acesso ao seleto grupo dos times paulistas que alcançaram a Glória Eterna.
7. Atlético-MG – Conmebol Libertadores – 2013
A campanha do impossível, das reviravoltas, da canonização de Victor, de Ronaldinho e do ensurdecedor “Eu acredito”... A caminhada do Atlético-MG na Conmebol Libertadores de 2013 foi certamente histórica e heroica na mesma medida. Naquele ano, o Galo Brigador bicou mais forte e demoliu todos os obstáculos que cruzaram o seu caminho rumo ao topo da América.
No Grupo 3, o Alvinegro foi praticamente perfeito, fechando a participação com cinco vitórias e apenas uma derrota. O São Paulo, o Arsenal de Sarandí, da Argentina, e o The Strongest, da Bolívia, não foram páreo para o time de Minas Gerais. E assim o clube avançou ao mata-mata, onde toda a “vida fácil” acabou. Nas oitavas de final, o Tricolor Paulista foi o adversário e novamente foi superado, com o Galo emendando mais duas vitórias: 2 a 1 e 4 a 1.
Já nas duas fases seguintes, o Atlético encontrou muitas dificuldades para desbancar o Tijuana, do México, e depois o argentino Newell's Old Boys. Em ambos os casos, o clube viveu momentos de tensão, ficou atrás no placar e precisou de muito apoio no Horto para seguir firme em direção à Glória Eterna. Foram nesses momentos em que os gritos de “Eu acredito” ecoaram mais alto por toda a América.
E na final não foi diferente. Sem sorte e apático, o Galo visitou e sofreu perante o Olimpia. Perdeu por 2 a 0 e poderia ter levado mais. Mas a história não acabaria ali. Na volta, o Atlético se recuperou, descontou o placar sofrido no Paraguai e levou a decisão para a marca da cal, no Independência. Victor brilhou, os batedores da Massa Atleticana não perderam nenhuma cobrança e, assim, garantiram o caneco continental... Uma campanha épica.
6. Grêmio – Conmebol Libertadores – 2017
Quarto clube do Brasil a ter se dado bem fora das fronteiras do país, o Grêmio ficou um longo período longe do ponto mais alto da América após conquistar o Bi da Libertadores na década de 1990. Em 2017, após 22 anos de espera, ansiedade e decepções, o Tricolor voltou a ditar o ritmo no continente e sob comando do velho conhecido Renato Gaúcho galgou novamente para a Glória Eterna.
Naquela temporada, o Imortal integrou o Grupo 8 e fechou os seis jogos com quatro vitórias, um empate e apenas uma derrota. Os adversários foram: Guaraní, do Paraguai, Deportes Iquique, do Chile, e Zamora, da Bolívia. Destes, apenas os paraguaios (1 a 1) e os chilenos (2 a 1) conseguiram tirar pontos da equipe porto-alegrense. Os bolivianos, aliás, sequer pontuaram.
O Grêmio se classificou sem dificuldades para o mata-mata, mas isso não tirou o foco da equipe. Ao contrário: o time seguiu ainda mais decidido rumo à final. Nas oitavas, enfrentou e eliminou Godoy Cruz, da Argentina, com duas vitórias: 1 a 0 e 2 a 1. Depois, despachou o Botafogo pelo placar agregado de 1 a 0. E, por fim, antes da decisão, confrontou o Barcelona de Guayaquil e foi preciso, garantindo o avanço pelo placar de 3 a 1 nos 180 minutos.
Vidrado no Tri, o Tricolor foi dominante perante o Lanús, outro rival da Argentina, e com vitórias dentro e fora da Arena (1 a 0 e 2 a 1) voltou a espalhar o azul, preto e branco pelos mais de 17 milhões de quilômetros quadrados do continente.
5. Flamengo – Conmebol Libertadores – 2019
O Flamengo teve uma das temporadas mais mágicas e vitoriosas de sua história no final da década passada, quando, após anos de campanhas vexatórias no Campeonato Brasileiro e em outros torneios e de asfixia financeira, o seu projeto de reestruturação atingiu o ápice e o colocou em “outro patamar”. Em 2019, o então Rubro-Negro de Jorge Jesus encantou, dominou e conquistou.
Vice no Brasileirão de 2018, o Fla entrou no último calendário dos anos 2010 desacreditado e taxado de sempre ficar no “cheirinho”. Com tal sina, o clube trabalhou em silêncio e pouco a pouco foi deixando marcas, provocações e adversários para trás... e tudo começou após a conquista aos troncos e barrancos do Campeonato Carioca.
Após o “arrastado” sucesso no Estadual, o Rubro-Negro trocou de treinador – saiu Abel Braga, entrou Jorge Jesus –, virou a chave e embalou rumo aos títulos do Brasileirão e da Libertadores. No Brasil, sobrou e quebrou praticamente todos os recordes da era dos pontos corridos. Já na América do Sul, suou, apanhou e por poucos minutos não ficou com mais um vice.
E, diga-se de passagem, o Fla se deparou com grandes dificuldades ao longo de quase todo o caminho para a Glória Eterna. Na fase de grupos, participou do Grupo D e saiu com três vitórias, um empate e duas derrotas. Os outros times da chave: LDU, do Equador, Peñarol, do Uruguai, e San José, da Bolívia. A vida rubro-negra também não foi simples no mata-mata.
Nas oitavas de final, o time do Rio de Janeiro encarou o Emelec e conseguiu a classificação apenas nos pênaltis – Diego Alves brilhou. Na etapa seguinte, o Fla duelou com o Internacional e esse também dificultou, mas não o suficiente para parar “os Coringas”. Depois, nas semis, o Mais Querido simplesmente atropelou o Grêmio: empate em 1 a 1 em Porto Alegre e triunfo por 5 a 0 (ou “Cincun”) no Rio.
Assim, o Fla colocou ponto final em uma espera de 38 anos e retornou à grande final da Libertadores. O rival foi o River Plate, da Argentina, e a festa veio apenas nos últimos minutos da decisão... Gabigol marcou duas vezes no apagar das luzes, virou o jogo para o Fla e recolocou o clube no topo da América. Um "bi" ao "Ai Jesus".
4. Palmeiras – Conmebol Libertadores – 2020
O Palmeiras conquistou inúmeros troféus ao longo das últimas duas décadas, sobretudo após o início da “era Crefisa”. Com apoio e muito trabalho, o Alviverde deixou de brigar em ‘segundo plano’, se reequilibrou e voltou a sonhar alto. Assim, ergueu taças de Brasileirão, Copa do Brasil e Paulistão nos anos 2010. Porém, ainda assim, o multicampeão sentia falta do caneco que sempre tratou como obsessão: a Libertadores.
Focado em preencher esse vazio, o Verdão iniciou na competição em 2020 como um dos favoritos e foi implacável. No Grupo B, confrontou o Guaraní, do Paraguai, o Bolívar, da Bolívia, e o Tigre, da Argentina, e deixou apenas dois pontos pelo caminho, fazendo uma campanha praticamente perfeita com cinco vitórias e um empate.
Após a classificação tranquila, o Palmeiras não tirou o pé do acelerador e seguiu mostrando que não estava na Libertadores a passeio. Nas duas etapas seguintes, nas oitavas e nas quartas, o clube do Allianz Parque foi absoluto e passou sem grandes dificuldades por Delfín, do Equador, e Libertad, do Paraguai – os resultados agregados: 8 a 1 nos equatorianos e 4 a 1 nos paraguaios. Nas semis, um susto, mas nada além disso: Verdão 3 x 2 River Plate.
Já na grande final, o Palmeiras encarou e ganhou do arquirrival Santos por 1 a 0, com gol do herói improvável Breno Lopes, no Maracanã, e voltou a celebrar o título mais cobiçado do continente. A “obsessão” foi alcançada.
3. Palmeiras – Conmebol Libertadores – 2021
Na temporada passada, meses após conquistar a Glória Eterna pela segunda vez, o Alviverde Imponente aproveitou a experiência construída na edição anterior e repetiu a dose na principal copa da América do Sul. E, de novo, com o coração quente e a cabeça fria, o Verdão de Abel Ferreira caminhou com consistência, personalidade e muita eficiência.
No Grupo A, o clube paulista rivalizou com Defensa y Justicia, da Argentina, Independiente del Valle, do Equador, e Universitário, do Peru, e mais uma vez acabou na liderança, com 15 pontos conquistados. Foram cinco vitórias e uma derrota – essa para os argentinos. A história não mudou no mata-mata, e o Verdão seguindo fazendo vítimas.
Nas oitavas de final, o Palmeiras venceu os dois jogos por 1 a 0 e despachou a Universidad Católica, do Chile. Nas quartas, o time do Allianz Parque se aventurou em um histórico Choque-Rei e passou intacto diante do São Paulo: empate em 1 a 1 na ida e vitória por 3 a 0 na volta. Depois, o Verdão mediu forças com o favorito Atlético-MG e também abocanhou a classificação, passando pelo gol fora após dois empates (0 a 0 e 1 a 1).
Com mais um plano de Abel, o Alviverde batalhou com o Flamengo no Estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai, e conseguiu feito raro na Libertadores ao defender a coroa de melhor clube da área. Em campo, o Verdão saiu na frente, mas o Fla empatou e levou o confronto para a prorrogação, onde nasceu outro salvador inesperado: Deyverson. O atacante foi às redes e sacramentou mais uma conquista verde e branca.
2. Flamengo - Conmebol Libertadores - 2022
O Rubro-Negro, em 2022, entrou para a seleta galeria dos tricampeões da Libertadores. E a conquista se deu da forma mais imponente possível: de forma invicta e com a melhor campanha de todos os tempos.
Com um elenco estrelado, o Flamengo passeou pelos gramados sul-americanos. Em um primeiro momento com Paulo Sousa e depois com Dorival Júnior, não foi batido em nenhum momento.
Na Chave H da fase de grupos, estreou com vitória fora de casa diante do Sporting Cristal-PER por 2 a 0. Na sequência, no Maracanã, aplicou 3 a 1 no Talleres-ARG, para depois ir a Santiago e fazer 3 a 2 na Universidad Católica-CHI. No returno, empate em 2 a 2 com o Talleres e vitórias sobre Católica (3 a 0) e Sporting Cristal (2 a 1).
Vieram os mata-matas e uma situação impensável: 100% de aproveitamento das oitavas até a final. O Tolima-COL foi o primeiro a cair – 1 a 0 fora de casa e 7 a 1 no Rio de Janeiro. O Corinthians também não foi páreo para Gabigol e companhia, que venceram por 2 a 0 na Neo Química Arena e 1 a 0 no Maracanã. Na semi, o Vélez Sarsfield-ARG não viu a cor da bola, perdendo por 4 a 0 em Buenos Aires e 2 a 1 em solo carioca. Por fim, na decisão, o 1 a 0 contra o Athletico-PR coroou a conquista.
1. Fluminense - Conmebol Libertadores - 2023
O Fluminense exorcizou o “fantasma de 2008” e é o mais novo campeão da Libertadores. Em uma campanha épica e cheia de emoções, o Tricolor das Laranjeiras superou “grupo da morte”, rivais tradicionais e altos e baixos e, enfim, alcançou a Glória Eterna.
Sob comando de Fernando Diniz, o Flu viveu de tudo nesta Libertadores. A equipe iniciou sua jornada na copa no Grupo D e, com muita luta, desbancou River Plate, Sporting Cristal e The Strongest para se classificar como líder. O time fechou essa fase com três vitórias, um empate e duas derrotas.
Já no mata-mata, o tradicional escudo do Rio de Janeiro se impôs diante do Argentinos Juniors e conseguiu mais uma classificação. O adversário das quartas de final foi o Olimpia, que também sucumbiu. Nas semis, o Flu encontrou o Internacional e "suou sangue", mas ficou com a vaga.
Por fim, o Tricolor encarou o Boca Juniors e precisou de 120 minutos para exorcizar fantasma que o acompanhava desde 2008. A vitória por 2 a 1 na prorrogação, em um Maracanã lotado, com gol histórico de John Kennedy, tirou grito da garganta..., e agora o Flu é o mais novo dono da América.