De Buenos Aires à Nápoles: cidades param e rendem homenagens à Maradona; veja fotos
Por Nathália Almeida
Em sua última entrevista pública - concedida ao jornal 'Clarín', na ocasião das comemorações de seus 60 anos de idade -, Diego Armando Maradona provou mais uma vez que, apesar de ostestar a alcunha de 'deus', tinha medos humanos como todos nós: "Às vezes me pergunto se o povo vai seguir me amando. Se seguirão sentindo a mesma coisa", revelou ao periódico. Neste 25 de novembro, dia em que o mundo lamentou sua partida em virtude de uma parada cardiorrespiratória, as provas de amor ao gênio da camisa 10 se manifestam ao redor dos quatro cantos do globo, reforçando a memória e o legado de Diego são eternos e atemporais.
Para além das múltiplas homenagens de personalidades do futebol, atletas de outras modalidades, membros da imprensa e famosos fora do universo esportivo, centenas de milhares de 'anônimos' foram às ruas para prestar reverências ao ídolo que revolucionou o jogo mais popular do planeta. Cidades como Buenos Aires e Nápoles, nas quais Diego criou raízes esportivas e afetivas, pararam desde a hora do anúncio do falecimento do craque.
Buenos Aires canta para 'D10S'
Em inúmeros pontos da capital, homenagens foram prestadas pelo povo argentino ao maior ídolo. Da entrada de La Bombonera à rua onde Diego morou durante sua segunda passagem pelo Boca, não houve canto que não recebesse algum tipo de intervenção para lembrar o craque: cartazes, rosas, velas, camisas 10 e bandeiras albicelestes, em todos os lugares.
Acostumado a ser 'palco' de manifestações, protestos políticos e festas de torcidas de capital, o Obelisco, ponto tradicional de Buenos Aires, hoje recebeu luto.
Nápoles chora o adeus de seu redentor
Outra cidade enraizada na história de Maradona - e que tem o gênio argentino como um verdadeiro marco/acontecimento -, Nápoles também parou. Uma multidão de torcedores partenopei se dirigiu à porta do San Paolo para render homenagens ao camisa 10, responsável direto pela redenção do clube na reta final dos anos 80. Protagonista absoluto nas conquistas dos Scudettos de 1986/87 e 1989/90, Diego ainda ergueu outras três taças com a camisa azzurri: uma Copa Itália, uma Recopa Italiana e uma Copa da UEFA.
Prefeito de Nápoles, Luigi De Magistris se pronunciou pouco tempo depois da confirmação da morte do ídolo, tornando público o desejo de alterar o nome do estádio napolitano em homenagem ao histórico camisa 10: "Vamos rebatizar o Estádio San Paolo em homenagem a Diego Armando Maradona. O amor de Nápoles por Diego é visceral. Com ele e através do futebol, parece incrível, Nápoles renasceu com o 'Scudetto' de 1987. Maradona é um homem que uniu todos os napolitanos em todo o mundo e os torcedores de outros times", afirmou.
Sepultamento será na Casa Rosada
Múltiplas fontes da imprensa argentina confirmam que o velório de 'El Pibe' será na Casa Rosada, sede do governo local, por escolha da própria família de Diego Armando Maradona. A oferta partiu do próprio presidente do país, Alberto Fernández, torcedor do clube onde o camisa 10 deu os primeiros passos de sua carreira: o Argentino Juniors.
Ainda não há maiores detalhes acerca de data, horário e como será a logística para o sepultamento, afinal, imagina-se que uma multidão tentará render suas últimas homenagens ao ídolo, mas o país (assim como o mundo como um todo) ainda vive em contexto de pandemia.