De competitivo à ameaçado: Fluminense vive 'terra arrasada' em momento crítico do ano
Por Nathália Almeida

Ao terminar a temporada passada com vaga garantida na Conmebol Libertadores - competição que não disputava desde o ano de 2013 -, o Fluminense deu sinais, ainda que tímidos, de que poderia deixar o status de coadjuvante e voltar a ser competitivo. Um otimismo que há muito não se via reapareceu nas Laranjeiras, mas para a tristeza do torcedor tricolor, junto do otimismo vieram também os mesmos velhos erros que há muito prejudicam o clube.
Os bons resultados do início do ano - vice-campeonato estadual e classificação em primeiro no grupo da morte da Libertadores -, mascararam problemas graves e evidentes, de responsabilidade integral do departamento de futebol tricolor: elenco mal montado e totalmente desequilibrado, contratações inexplicáveis de jogadores caros e pouco produtivos - podemos montar um time titular inteiro de atletas que não deveriam estar nas Laranjeiras, seja por motivos técnicos ou financeiros -, prestígio grande a medalhões que não têm nenhuma identificação com o clube. Tudo isso aliado a um trabalho pobre em criatividade e ideias administrado por Roger Machado, que pecou em não aproveitar bem o que há de melhor no clube carioca: o talento dos garotos da base.
Passados oito meses de temporada, o Fluminense foi da competitividade e euforia à terra arrasada: os pontas pararam de produzir, o que deixa Fred mais isolado do que nunca; o sistema defensivo, ponto forte da equipe na temporada passada, perdeu a solidez e "bate cabeça" todo jogo; os volantes estão totalmente sobrecarregados, tendo que se desdobrar em cobrir os laterais e assumir responsabilidades criativas, já que nenhum dos três armadores do elenco - Nenê, Ganso e Cazares -, parecem capazes de se consolidar como o camisa 10 que o Fluminense precisa.
Eliminado da Conmebol Libertadores, em vias de dar adeus à Copa do Brasil e flertando com a zona de rebaixamento no Brasileiro, o Tricolor sabe que terá uma reta final de ano de preocupação e dor de cabeça. Muito diferente do que os torcedores sonhavam, mas igual ao que vemos repetidamente desde 2012.