As importantes declarações de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, sobre os casos Robinho e Dani Alves
- Leila Pereira é a única mulher presidente de clube nas Séries A e B
- Chefe de delegação da Seleção nos amistosos de março foi a única "representante" da CBF a se manifestar sobre os casos Robinho e Dani Alves
Por Nathália Almeida
Escolhida pela CBF para ser a chefe de delegação da Seleção Brasileira nos amistosos de março contra Inglaterra e Espanha, Leila Pereira, atual presidente do Palmeiras, foi a única "representante" da principal entidade do futebol brasileiro a se manifestar sobre os casos Robinho e Dani Alves.
Em participação ao vivo durante o programa Seleção Sportv desta sexta-feira (22), a mandatária alviverde deu declarações firmes e corajosas sobre as condenações dos dois ex-jogadores da Seleção Brasileira, ambos por crime de estupro. Leila Pereira reforçou a necessidade de punições severas para casos de violência contra a mulher, questionando a decisão da Justiça espanhola em conceder liberdade provisória para Dani Alves mediante pagamento de multa.
"Não estamos falando de um processo [em curso], mas de uma condenação. Não acredito que você combata a criminalidade sem a punição – e severa. Todos os crimes devem ser punidos de maneira severa, mas principalmente os crimes contra as mulheres "
- Leila Pereira
"E o caso do Daniel Alves, volto a repetir, é um tapa na cara de todas nós mulheres. Se acontecer realmente o que estão noticiando, porque não conheço o processo, não sei se realmente pagando um valor ele vai ficar livre. Isto é um absurdo, passaporte para cometer um crime. Paga e você é solto. Isto não pode acontecer, mas não adianta eu falar, só. Todos nós temos que falar (...) A pessoa tem que pagar, mas não financeiramente. Condenado tem que ir para a cadeia", afirmou.
Única mulher presidente de um clube nas Séries A e B do futebol brasileiro, Leila Pereira cobrou, também, uma mudança na mentalidade e no protecionismo que cerca os personagens do esporte no país. Aos olhos da mandatária, há uma permissividade muito grande quando o assunto é o atleta do futebol.
"Eu falo, falo, falo, mas a gente precisa agir. Preciso que as autoridades se conscientizem. Não é possível que as pessoas não tenham empatia ao sofrimento destas meninas, de todas nós. O mundo do futebol é muito permissivo, é um glamour grande em cima de todos (...) Sem a certeza da punição, vai acabar nunca"
- Leila Pereira