Dia Nacional do Orgulho Gay: mobilização dos clubes é alento para quem luta por um futebol mais inclusivo
Por Nathália Almeida

De acordo com as estimativas levantadas em estudos recentes, quase 10% da população brasileira é formada por pessoas que se identificam como LGBTQIA+, mas essa estatística definitivamente não se manifesta quando falamos de esportes de alto rendimento: quantos atletas assumidamente homossexuais ou bissexuais você conhece? Isso certamente não significa que eles não existam, pois eles existem e resistem, mas quase sempre em silêncio. Um silêncio agoniante, que machuca e dói. O silêncio de quem precisa esconder/negar o que é para sobreviver no meio.
Essa falta de representatividade pública se explica pelo fato do esporte ainda ser, infelizmente, um ambiente totalmente hostil às minorias. É uma realidade difícil de ser transformada, afinal, são séculos de estigmas e preconceitos enraizados, mas um caminho importante e necessário para que vejamos a mudança é falar cada vez mais sobre o assunto. Informar, conscientizar e promover o debate, sem medo de tabus ou reações negativas. E foi isso que diversos clubes brasileiros fizeram neste dia 25 de março, o Dia Nacional do Orgulho Gay.
A seguir, confira alguns dos posicionamentos oficiais de clubes da Série A do futebol brasileiro:
Acolhemos todas as expressões de amor, que nos aproximam e são responsáveis pela construção da Família plural e campeã que somos. A diversidade, a inclusão e o respeito fazem parte da nossa história! ?️?#DiaNacionalDoOrgulhoGay #PalmeirasDeTodos pic.twitter.com/UF78oGJmYI
— Palmeiras ???? (@Palmeiras) March 25, 2021
Santos, o time do AMOR! De todos os jeitos, de todas as formas.
— Santos Futebol Clube (@SantosFC) March 25, 2021
25 de março. Dia Nacional do Orgulho Gay ?️? pic.twitter.com/el9eZ5vcwB
O Brasil é o país que mais mata LGBTs no mundo. De acordo com informações do GGB (Grupo Gay da Bahia), o Brasil registrou 141 mortes por homofobia de janeiro a 15 de maio de 2019. Uma média de 1 morte a cada 23 horas. pic.twitter.com/KN3H0pKsaR
— Flamengo (@Flamengo) March 25, 2021
? Somos o Clube do Povo. Somos diversos e, mais do que nunca, inclusivos e acolhedores. No Dia Nacional do Orgulho LGBTQIA+, colocaremos em prática duas ações importantes.
— Sport Club Internacional (@SCInternacional) March 25, 2021
Não há mais espaço para preconceito!
Saiba mais: https://t.co/ecoPnZGEHT pic.twitter.com/ojKsXQpF8f
25 de março é o Dia Nacional do Orgulho LGBTQIA+. O #respeito tem que ser para todos.#VaiCorinthians pic.twitter.com/VYM4sxjbZZ
— Corinthians (@Corinthians) March 25, 2021
No #DiaNacionalDoOrgulhoGay, o #TimeDeTodos reforça o posicionamento a favor do amor, da liberdade, da diversidade e do respeito. pic.twitter.com/2WsxZbOTGy
— Fluminense F.C. (@FluminenseFC) March 25, 2021
O Botafogo apoia e defende todo movimento voltado para o amor, respeito e tolerância, seja no futebol ou no mundo.
— Botafogo F.R. (@Botafogo) March 25, 2021
25 de março - Dia Nacional do Orgulho Gay ?️? pic.twitter.com/6vEFbu43Co
Vivemos no país em que a população LGBTQIA+ mais está sob ataque, afinal, o Brasil lidera o triste ranking mundial de crimes de ódio direcionados a este grupo minoritário: estima-se que a cada 23 horas, uma pessoa LGBT seja assassinada em solo tupiniquim. Além disso, a taxa de desemprego entre LGBTs é praticamente 2x maior em relação ao 'padrão brasileiro', estatística que escancara como direitos básicos são negados a esses indivíduos, marginalizados simplesmente por serem diferentes em sua essência e existência.
Neste sentido, se sonhamos e lutamos por uma sociedade mais inclusiva e plural, a mobilização de times brasileiros neste Dia Nacional do Orgulho Gay é um alento: ainda que pequeno, é um passo para que o futebol seja um local um pouco mais seguro para as minorias. E o futebol, enquanto microcosmo social, pode ser o estopim para mudanças em larga escala. Fica a nossa torcida para que os clubes se engajem cada vez mais com ações contínuas e coordenadas, que inspirem a transformação desta dolorosa realidade que os números acima corroboram.