Diminuir barreiras e valorizar o produto: nova coordenadora da FPF define metas para o futebol feminino
Por Nathália Almeida
Com a saída de Aline Pellegrino à CBF - assumiu a Coordenação de Competições Femininas da entidade -, a Federação Paulista de Futebol (FPF) precisou buscar uma nova profissional para assumir a coordenação de futebol feminino do Estado de São Paulo. A escolhida foi Ana Lorena Marche, engajada nos estudos e no desenvolvimento de projetos de gestão para a modalidade e de rica trajetória recente na Ferroviária, onde atuou como coordenadora entre os anos de 2017 e 2019, promovendo uma verdadeira 'revolução' em mentalidade, infraestrutura e competitividade.
Como destaca o Blog Dibradoras, do UOL Esportes, o enorme sucesso em seu trabalho à frente do clube de Araraquara (com direito a seis taças conquistadas) lhe rendeu um convite para trabalhar na FPF ao lado de Aline Pellegrino. A escolha por Ana Lorena para assumir a coordenação pós-saída de Aline foi natural, e seus principais objetivos para dar sequência ao bom trabalho já estão bem definidos: "Minha vontade de estar aqui [na FPF] é de que as barreiras que eu tive, de não ter campeonato para competir, por exemplo, não exista mais. Eu quero mudar essa realidade. Meu desejo é principalmente ajudar a quebrar essas barreiras, e aqui vou poder ajudar mais do que em Araraquara, e sei que lá eu quebrei muitas barreiras", afirmou.
Democratizar os cargos, profissionalizar a modalidade e valorizar o produto norteiam o trabalho de Ana Lorena na FPF: "É meu objetivo pessoal ter mais mulheres em cargos de liderança, mais técnicas. E quero também quebrar a barreira para que a menina goste do esporte. O que acontece muito é que ela começa a praticar, percebe que não tem um ambiente seguro e ela sai (...) Profissionalizar não é só dar carteira de trabalho, é dar profissionalismo para tudo. Uma estrutura profissional. Comissão técnica com analista de desempenho, profissionais capacitados, que conheçam a modalidade. Passar pela barreira do marketing, do produto, quebrar este ciclo de que futebol feminino não dá retorno. Ele dá retorno, ele tem visibilidade se for bem trabalhado, bem feito, e pode ser a longo prazo", concluiu.
No último sábado, a 28ª edição do Campeonato Paulista de Futebol Feminino - a primeira sob a batuta de Ana Lorena na coordenação da entidade -, teve seu pontapé inicial. Nesta quarta (21), a bola rola para quatro partidas pela competição, incluindo um belo clássico entre Corinthians e Santos.