Dirigente do Grêmio critica posturas de clubes contra paralisação do Brasileirão

  • Magrisso cita questão de igualdade de competição
  • Vice-presidente do Conselho Diretor comentou que os times gaúchos não possuem condições de mandarem jogos em seus estádios
Região onde fica a Arena do Grêmio é uma das mais afetadas pelas enchentes em Porto Alegre
Região onde fica a Arena do Grêmio é uma das mais afetadas pelas enchentes em Porto Alegre / Anadolu/GettyImages
facebooktwitterreddit

Os times do Rio Grande do Sul estão tendo os seus jogos adiados devido às situações climáticas que assolam a região. Com o estado de calamidade pública, há discussões sobre a necessidade de adiar o Campeonato Brasileiro. Em entrevista ao SportsCenter, programa da ESPN, o vice-presidente do Conselho Diretor do Grêmio, Eduardo Magrisso, não poupou críticas às posições de Flamengo e Palmeiras de serem contra a pausa no calendário. 

"Não gostaria de comentar sobre a posição deles (Flamengo e Palmeiras). Como dirigente, sei como é importante defender os direitos de nossos clubes. Imagino que Flamengo e Palmeiras, que estão em boas condições no campeonato, estejam defendendo o interesse dos clubes. Mas eles estão jogando o videogame no modo amador e vão ganhar sempre. Esperamos demovê-los dessa posição e que eles venham a concordar com a gente, entendendo nossa situação. Não podemos olhar somente para nosso clube, porque precisamos de adversário para competir. Sem adversário em igualdade de competição, fica ruim, perdem todos. Palmeiras, Flamengo e São Paulo, que fizeram manifestações bem duras e que, de certa forma, nos causou alguma dor, esperamos que eles mudem a posição e nos entendam. O presidente (do Grêmio, Alberto) Guerra vem tendo conversas com eles, tentando mostrar nossa posição."

Eduardo Magrisso, dirigente do Grêmio

Magrisso também explicou que, além do Tricolor, o Internacional e Juventude não possuem condições de receberem os jogos como mandantes e teriam que ir para outro lugar, provavelmente em outro Estado.

"O primeiro apelo, e que parece óbvio, é o da solidariedade. Mas se a solidariedade não for suficiente para o adiamento das partidas, o apelo que faço e é definitivo também é: igualdade desportiva, competitividade. É um dos requisitos do nosso Campeonato Brasileiro. Não existe equiparação quando seus times não podem jogar em seus estádios. Entendemos que vamos jogar em outros estádios, outros estados, longe da torcida, isso já é prejuízo enorme, mas treinar em outros lugares, numa situação tão difícil, isso depõe contra a igualdade, que é princípio básico do nosso campeonato."

Eduardo Magrisso, dirigente do Grêmio

Para o vice-presidente do Conselho Diretor do Grêmio, cobrou mais ação da CBF. Ele reconheceu o espírito de solidariedade, mas reintegrou o fato de competir de maneira igualitária com os demais times do país.

"O grande legado de tudo isso é a solidariedade. Temos recebido de todo Brasil. Somos muito gratos. Temos recebido apoio dos clubes, ofertas, a Federação Gaúcha está do nosso lado. A imprensa tem papel muito importante. Temos tido canal de comunicação e usado todos os recursos. Mas esse pleito do adiamento das partidas não tem surtido efeito. Entendemos as dificuldades que a CBF tem, ela organiza a logística do campeonato e não é fácil, 10 jogos em um país continental. A CBF poderia tomar a iniciativa de adiar os jogos administrativamente e nos dar o tempo necessário para competir em igualdade de condições. Não queremos privilégio que foi colocado pelo presidente, queremos jogar em igualdade de condições, assumindo que não vamos jogar ao lado da nossa torcida."

Eduardo Magrisso, dirigente do Grêmio

Clubes da Liga Forte União defendem paralisação

Os clubes que integram a Liga Forte União se posicionaram na última segunda-feira (13) a favor da paralisação do Brasileirão. De acordo com a nota, a ação se “faz necessária como medida humanitária, consensual e de justiça de competição”.

O grupo é composto por Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude e Vasco, que pedem o adiamento até o dia 31 de maio.

Leia mais notícias do futebol brasileiro:

feed