Dorival Júnior erra ao deixar bom trabalho no Ceará e contradiz valores que dizia seguir
Por Matheus Nunes
Dois meses de trabalho, 68,5% de aproveitamento, oitavas de final da Sul-Americana com a melhor campanha e melhor visitante do Brasileirão. Essa foi a passagem de Dorival Júnior no comando do Ceará. Ele larga um trabalho que estava em constante crescimento para assumir outro completamente incerto.
Primeiro ponto: o treinador não cumpriu com sua palavra. Em entrevista à BandSports no ano passado, ele revelou que não larga clubes em que está empregado. A atitude vai contra tudo que os técnicos pregam: a falta de estabilidade no mercado brasileiro.
Dorival vai para o Flamengo sabendo que terá um prazo de validade. Depois da saída de Jorge Jesus, a torcida rubro-negra não aceita outra campanha que não seja igual a do português. As chances daquilo acontecer novamente são pequenas por vários motivos, principalmente porque o elenco não é o mesmo. No Vozão, o comandante já tinha a equipe nas mãos e não sofria com pressão.
A torcida alvinegra, por sua vez, vai do céu para o inferno em menos de 24 horas. Na última quarta-feira (8), o time venceu fora de casa o América-MG fora de casa. Os adeptos se mostram bastante chateados com a decisão do técnico: ele tinha total apoio de todos.
Temos que nos conformar, pois no esporte é assim: manda quem tem um maior poder aquisitivo. Apesar de não estar vivendo uma boa fase, o Flamengo é um dos gigantes do futebol. Quem aceita o trabalho tem que arcar com as consequências. Por conta da grandeza do clube, a exigência por resultados rapidamente é maior. Dorival sabe muito bem disso, pois treinou o time carioca em 2018. E adivinhem só: não resistiu 12 jogos e foi mandado embora.