Dos talentos da base a um goleiro inspirado: como o Vasco venceu o Atlético-MG na volta à primeira divisão nacional
Por Fabio Utz
O Vasco da Gama estreou no Campeonato Brasileiro com vitória. Fora de casa. Contra o Atlético-MG. Não, você não leu errado. Na noite deste sábado, em plena Belo Horizonte, os comandados de Maurício Barbieri levaram o time de Eduardo Coudet à lona. O placar de 2 a 1, assim, estabelece a primeira grande surpresa da competição.
O jogo sem dúvida alguma, era um dos que despertava maior interesse na rodada de abertura do Brasileirão. De um lado, um clube que investiu muito nos últimos anos e que chegou para o início da disputa sendo apontado entre os favoritos, mas tendo que superar uma crise interna causada pelo seu próprio treinador. De outro, uma equipe que vinha de dois anos de ausência da Série A e que, como SAF, debutava no torneio.
Pois foi só a bola rolar que todas as expectativas se confirmaram. Só que de um jeito inverso ao que todos imaginavam. O Vasco precisou de apenas dez minutos para encurralar o rival e, na base da intensidade, abrir uma vantagem que viria a ser praticamente definitiva. Aliás, sua base se apresentou como decisiva.
Primeiro, Gabriel Pec cobrou falta na cabeça de Andrey Santos, que abriu o placar. Para quem não sabe, Andrey foi o grande nome da seleção brasileira no mais recente Sul-Americano sub-20 e chegou a deixar São Januário vendido ao Chelsea, mas retornou por empréstimo por problemas na sua inscrição no futebol inglês. E o volante tem tanta estrela que, em apenas 44 partidas pelo clube, alcançou o nono gol. Depois, o próprio Pec aproveitou a sobra de um chute sem direção de Lucas Piton para completar e ampliar. Com isso, já igualou sua temporada mais artilheira - sete tentos - na carreira.
Sim, foi um início surpreendente. A partir disso, se alguém previa uma torcida atleticana irritada e impaciente, viu um Miineirão 'jogando junto' e botando fé na virada. Neste embalo, o Atlético-MG foi para cima e propôs uma pressão gigantesca, que duraria, literalmente, a partida inteira. As chances, assim, naturalmente apareceram, principalmente antes do intervalo. Só que daí surgiu não um talento feito em casa, mas um goleiro que foi buscado na Europa justamente para ocupar uma lacuna importante.
Léo Jardim, contratado em 2023, fechou a meta. Defendeu tudo. Ou quase tudo. Só não parou uma conclusão do zagueiro Mauricio Lemos, no apagar das luzes da etapa inicial - aliás, foi o primeiro gol do defensor pelo Galo.
Obviamente, este lance deu aos donos da casa a motivação necessária para voltar do intervalo com o mesmo ímpeto e seguir em cima dos cariocas. Mesmo com um volume impressionante, as oportunidades rarearam, muito, pela barreira defensiva cruzmaltina. E os visitantes, que se reencontraram com a primeira divisão do futebol nacional, foram dormir bem mais felizes do que aqueles que, em tese, ganhariam a partida até com certa naturalidade. Ah, no apagar dar luzes Léo Jardim, simplesmente, parou Hulk.