E aí, CBF? Thiago Alcântara revela bastidores da escolha pela Fúria, mas confederação foi, no mínimo, negligente
Por Fabio Utz
Thiago Alcântara, atual campeão da Champions League com o Bayern de Munique e recentemente comprado pelo Liverpool por 30 milhões de euros, passou a maior parte da vida na Europa. Muito embora sua família seja de origem brasileira e, por isso, tenha carinho pelo país, disse, em entrevista ao jornal As, que a escolha por defender a seleção espanhola ocorreu de forma natural. Mas, segundo seu pai, o tetracampeão Mazinho, a CBF tem culpa no cartório.
Ano passado, em entrevista à ESPN, ele revelou que seu filho foi convidado a defender a Fúria quando tinha 16 anos. "Eu não queria que ele jogasse na seleção espanhola, nós somos brasileiros, eu vinha com a minha carreira na seleção brasileira, e o sonho do brasileiro é vestir a camisa da seleção. Então eu fui para a CBF para falar sobre a situação do Thiago e de outros jogadores que eram garotos que poderiam ter um acompanhamento das seleções de base da seleção brasileira", disse.
O retorno da entidade, porém, foi surpreendente. "A primeira resposta que tive da CBF é que os jogadores que eram formados fora do Brasil não vestiriam a camisa da seleção. Infelizmente a política na CBF era essa, e, graças a Deus, na seleção espanhola ele jogou em todas categorias e hoje segue com a seleção principal", completou.
Aos 29 anos, o meio-campista só passou por time grande - Barcelona, Bayern e, agora, Liverpool. Tem títulos para dar e vender ao longo da carreira e atingiu seu auge justamente quando poderia estar a serviço da seleção brasileira. Se arrependimento matasse, possivelmente a entidade que comanda o futebol verde-amarelo já estaria com uma pá de cal sobre ela. Sabemos que a confederação nunca foi pródiga em valorizar o seu "futuro" e realmente criar uma atração aos jovens. No entanto, não se desdenha assim de talentos, a menos que exista uma forte politicagem por trás para, depois, se colocar a culpa em quem, apenas, foi vítima.