É hora da "cirurgia": com conceitos ultrapassados, Grêmio tem só uma chance de ganhar a Copa do Brasil

É fim de ciclo ou não? Bem, há muito tempo venho dizendo que o Grêmio trabalha, desde o início da temporada, com conceitos totalmente ultrapassados de futebol. E o resultado dessa lambança, mais uma vez, se viu em campo na noite deste domingo. Mesmo que o presidente Romildo Bolzan Júnior, em alto e bom som, dissesse que o time que decepcionou no Campeonato Brasileiro seria diferente na final da Copa do Brasil, ele não foi. E quem vê futebol com olhos sabia que ele não seria.

O Grêmio que trocou metade da comissão técnica em meio a uma pré-temporada é o mesmo que viu em Thiago Neves e Robinho soluções de alto padrão para a equipe - pelo fato de terem chegado de graça, sejamos claros. O Grêmio que na sua primeira grande crise de 2020, achou por bem, apenas, demitir o executivo de futebol é o mesmo que chega a 2021 só com amadores em seu departamento de futebol. O Grêmio que acreditava, lá atrás, que precisava apenas de confiança para retomar um padrão é o mesmo que terminou o Brasileirão sem ganhar dos principais times da competição.

Certa vez, escutei de um dirigente que o comandante da sua equipe tinha total autonomia para escalar quem bem quisesse. Porém, se desse errado, precisaria se explicar. Se não convencesse, aquelas ideias naturalmente seriam abolidas, sob pena de demissão. O que fazer agora? Resta uma última cartada para ainda tentar buscar o título da Copa. Chegar no ouvido do treinador e dizer, exatamente, quem tem que jogar e quem tem que ficar no banco de reservas no Allianz Parque no próximo final de semana.

Sei que nenhuma cartola azul tem coragem de fazer isso - neles, já não acredito. Agora, no treinador, sim. Por isso, me vejo sem amarras para falar: não é trocando goleiro que as coisas vão mudar. O jogo de ida contra o Palmeiras (derrota por 1 a 0, na Arena) mostrou quem pode e quem não pode iniciar o confronto decisivo. E digo aqui: se Ferreira não for titular em São Paulo, Renato Portaluppi, que tinha em mim alguém que o via (e ainda vê) como o menor dos problemas do Grêmio, ganhará um crítico ainda mais ferrenho. Pois sua conduta, nos últimos tempos, chega a ser um deboche, até, para seus maiores admiradores.

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