Edenilson protesta após perícia final em caso de injúria racial envolvendo Rafael Ramos
Por Matheus Nunes
O meio-campista do Internacional Edenilson usou suas redes sociais nesta quarta-feira (8) para criticar a conclusão do Instituto Geral de Perícias (IGP) em relação ao fato do laudo que informou não ser possível identificar o que o lateral Rafael Ramos, do Corinthians, falou para ele no jogo disputado em Porto Alegre no último dia 14 de maio.
"Não iriam nos calar? Já nos calaram. Se ofendidos, aceitem, engulam a seco. Finjam que não escutaram, é uma luta desleal, é uma luta inconclusiva", escreveu o jogador nos stories do seu Instagram, acompanhado com uma foto sua com a boca tapada por um X. Além disso, o camisa 8 acrescentou o nome "macaco" em sua biografia e removeu todas as publicações.
Edenilson acusa o lateral português de injúria racial. Já Rafael Ramos se defende argumentando que o jogador do Inter "entendeu errado" sua fala durante o segundo tempo do jogo válido pelo Brasileirão.
Na época, o árbitro da partida Braulio da Silva Machado registrou na súmula o ocorrido. O documento serviu como base para prisão em flagrante do atleta do Timão. Rafael foi detido após a partida, prestou depoimento e pagou fiança de R$ 10 mil. Após ser liberado, concedeu entrevista e afirmou que a denúncia feita por seu adversário teria sido "puramente um mal-entendido".
Próximos passos do caso Edenilson x Rafael Ramos
De acordo com o ge, houve o estudo de alguns vídeos para analisar os movimentos da boca do lateral português e, segundo o texto divulgado pelos peritos, "por essas razões, é impróprio que a perícia criminal oficial do Estado afirme, com responsabilidade do ponto de vista processual e científico, o que foi proferido pelo jogador na cena questionada".
A investigação corre na 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre. O documento de 40 páginas elaborado pelo IGP será usado para concluir o inquérito e encaminhá-lo ao Ministério Público. Cabe ao MP dar andamento na Justiça ou arquivar o caso. A previsão é que tudo seja finalizado em até 30 dias.
"Vamos juntar a perícia contratada pelo Edenilson e pelo Rafael Ramos, e aí tem a questão da palavra da vítima, ver o que tem de prova, que não seja suposição. Em princípio não vai ter indiciamento."
- Ana Luiza Caruso, delegada responsável