Em entrevista, coordenador das categorias de base do Palmeiras elogia postura do clube: "É exceção"
Por Antonio Mota
Na última sexta-feira, 1º de maio, o Palmeiras anunciou que não vai reduzir os salários dos atletas das categorias de base do clube, bem como vai manter os contratos ‘intactos’. A decisão, bem aceita, foi aprovada pelo coordenador do departamento: João Paulo Sampaio.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, o diretor afirmou que o Alviverde deve servir de exemplo para outras equipes do Brasil. “Alguns clubes estão fazendo isso na Europa. Aqui, o Palmeiras é o grande exemplo, é uma exceção”, afirmou.
“Base não é custo, é investimento. E o investimento é tão pouco... Quem vai salvar os clubes futuramente, para gastarem menos com salários e reforços, vai ser a base. Base não é custo, é a solução. E o que se gasta hoje em dia com a base no futebol brasileiro é, em média, apenas 3% a 5% do orçamento”, completou.
Embasado na Medida Provisória 96, conhecida como Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, o Verdão anunciou redução de 25% os salários dos jogadores do profissional até junho e a suspensão temporária de contrato de parte dos funcionários. Sampaio comentou sobre a decisão.
“Pela MP, você suspende o contrato e deixa de recolher FGTS e INSS, mas o Palmeiras vai compensar e pagar o valor líquido total. Tenho que agradecer em nome de todos o que o clube tem feito”, destacou, lembrando que o clube vai dar suporte mensal aos funcionários, além de manter os planos de saúde e cestas básicas.
Em seguida, Sampaio reforça o peso da decisão para os funcionários. “Nas categorias de base do Brasil, a média salarial dos funcionários de qualquer clube é de R$ 2 mil. Além de você demitir um funcionário que não tem salário alto, esse funcionário não consegue se recolocar no mercado, principalmente agora”, pontuou.
Vale destacar que o Palmeiras, segundo João Paulo Sampaio, tem não só mantido o apoio, mas aumentado o suporte aos atletas e suas famílias. “Mandamos cestas básicas e aumentamos a ajuda de custo para os menores”, assegurou o coordenador. Por fim, o profissional ainda comentou sobre ligação de Vanderlei Luxemburgo e da necessidade de estar preparado para o eventual retorno do futebol.
“Ele me disse que vai continuar precisando da base, seja para treinamentos, amistosos ou para relação em jogos. O calendário deve ser mais apertado, os jogos vão encavalar. Ninguém nunca passou por isso, pode ser que tenhamos mais contusões. O sub-20 vai ser essencial quando voltarem as atividades”, encerrou.